Detalhes do Produto
- Editora: Companhia das Letras
- Categorias:
- Ano: 2022
- ISBN: 9789897843907
- Número de páginas: 232
- Capa: Brochada
Sinopse
«É a primeira vez que faz chorar uma mulher. O corpo dela quebra com os soluços, as frases são cortadas ao meio. Ele pensa que talvez um beijo, uma derradeira tarde de sexo, possam anestesiar a aflição feminina. Nunca sentiu este desconforto, esta maldade, mesmo quando, num ringue, na rua, infligiu dor a outros homens. Ele gosta desta mulher.»
Uma cidade sem mulheres, decadente, totalitária: além da violência e carnalidade, de que matéria podem ser feitos os homens?
Esta é a história de um grupo de amigos que cresce numa Cidade-Estado exclusivamente masculina, no rescaldo de uma época em que foram expulsas todas as mulheres e apagada a memória da sua existência. No país d’O coração dos homens, o pugilismo foi elevado a desporto nacional, glorificando a força física e apontando o dedo às emoções, meros sinais de fraqueza de espírito.
Expurgados até do nome próprio, os protagonistas deste romance deixam o leitor à mercê do combate das palavras: Ele, Mau e Grande são homens à solta, lutadores impiedosos e temerários, ligados por esse fio tão mal compreendido que é a lealdade masculina. Passam os dias em busca do perigo, a testar limites, envolvidos em rixas de rua e lutas interiores.
Até que chega o dia em que têm de crescer, enfrentar a outra face do mundo — as mulheres —, e se confrontam com a brutalidade da sua própria natureza: estão subjugados pelos impulsos da carne, presos numa imensa solidão e no corpo como único instrumento de prazer. São vítimas e carrascos de um regime tirânico. O coração dos homens é um livro descarnado e poderoso, que põe a nu os perigos do delírio ideológico e a vulnerabilidade da natureza humana.
«Este livro é, sem dúvida, sobre o pesadelo que representa um Estado totalitário, mas, na realidade, espelha os problemas e as falhas que existem na vida de todos os dias. Ele, Mau, Grande e seus comparsas podem ser quaisquer outros rapazes urbanos, à solta num mundo estéril e sombrio, sem horizontes, sem futuro. […] O coração dos homens, com a sua escrita acutilante, marcado ao ritmo dos golpes num combate letal, representa um sério aviso que não deve ser ignorado.» Helena Vasconcelos, Público