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Macunaíma - O Herói Sem Nenhum Caráter

Mário De Andrade

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Sinopse

posfácio de Trudruá Dorrico
ilustração da capa Jaqueline Arashida

No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
— Ai! Que preguiça!…


Reivindicar a ancestralidade da espiritualidade indígena significa anunciar a quem desconhece, especialmente quem colonizou e seus herdeiros, que os espíritos, os nossos avôs, permanecem vivos apesar de terem sido exaustivamente esvaziados e/ou deturpados de suas formas, culturas e povos. A fortuna crítica modernista brasileira redundou sobre o processo criativo de Mário de Andrade, apagando as origens indígenas sem nenhum compromisso com os povos ao qual a bricolagem aconteceu. Conhecer o movimento de Literatura Indígena Contemporânea; a manifestação de Makunaimã na literatura indígena com representações que consideram seu pertencimento e sua complexidade; a fortuna crítica brasileira que reforçou e reforça o apagamento da propriedade espiritual e intelectual indígena via metodologia da exclusão é o que busco mostrar neste posfácio.

É importante que, em reedições de obras canônicas, editoras e o sistema crítico em que tais livros circulam, no Brasil e aqui em Portugal, observem que tais obras, nem mesmo esta, não são ingênuas, neutras ou traduzem apenas a mentalidade de seu tempo, mas que justamente sua circulação, seu tratamento e a crítica que delas derivam têm consequências reais e negativas para os sujeitos e os povos indígenas no tempo presente. Por isso proponho o estudo concomitante e urgente da Literatura Indígena Contemporânea de modo comparado com o cânone literário brasileiro, ou seja, esta leitura de Macunaíma não pode se dar de forma isolada ou ignorando a autoria indígena das netas e netos de Makunaimã.

(…)

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Autor

Mário De Andrade

Mário de Andrade nasceu em 1893, em São Paulo. Homem ecléctico, formou-se em Piano no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, em 1917, ano em que se estreou na poesia com o livro Há uma gota de sangue em cada poema. Em 1922, publica Pauliceia Desvairada e, nesse mesmo ano, organiza, com outros artistas e intelectuais, a Semana de Arte Moderna, evento que iniciaria o Modernismo brasileiro.

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