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Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
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- Ano: 2022
- ISBN: 9789895660995
- Número de páginas: 256
- Capa: Brochada
Sinopse
Mário de Sá-Carneiro (1890-1916) é, junto com Fernando Pessoa, um dos máximos expoentes do Primeiro Modernismo Português. Poeta e escritor dotado de grande sensibilidade literária, é autor de uma vasta obra em prosa, ainda que concentrada num período de tempo extremamente limitado: quinze contos e um romance breve em vinte e cinco anos de vida, condensados basicamente em quatro anos de atividade literária, de 1912 a 1916. Trata-se de uma obra que reproduz quase obsessivamente um único assunto: o artista moderno. Raul Vilar, Lourenço Furtado, Luís de Monforte, Ricardo de Loureiro, Petrus Ivanowitch Zagoriansky, Domingos Antena, Inácio de Gouveia são todos artistas geniais, sempre egoístas e muitas vezes infantis, que vivem a vida na e da modernidade. Artistas embalados pela busca nervosa e até neurótica de tentar realizar hedonisticamente a própria ideia de arte suprema, e que sentem uma espécie de obrigação em ultrapassar os limites, para poderem recuperar o significado essencial da existência.
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Um livro que é uma viagem na prosa sá-carneiriana, à descoberta dos diversos modos como as suas personagens enfrentam e resolvem as inquietudes, os tormentos e as contradições que habitam a sua alma, ou seja, onde se pretende ver que respostas dão à crise de serem artistas modernos, e se pretende identificar que caminhos percorrem no trilho difícil que leva à miragem do Além. A sua viagem é uma luta exasperada e ilusória, mas feita sempre cientemente até ao fim, com a certeza de que jamais existirão meias medidas, porque todas as vezes é necessário “arder até ao fim”, como lembra Inácio de Gouveia, personagem de Ressurreição. E cada personagem sá-carneiriana vive com a plena convicção da impossibilidade de renunciar: renunciar à arte; renunciar à vida; renunciar a fazer da vida uma arte e da arte uma forma de vida; renunciar às inevitáveis e conhecidas deceções da vida e da arte (magistralmente sintetizadas na imagem do “oiro falso” como manifestação eufórica da arte e constatação disfórica da realidade) através da tentativa de amar, enlouquecer, dispersar-se e morrer, pensadas como únicas possibilidades de vitória do ideal sobre o real.
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