O Livro do Desassossego é uma obra fragmentária de Fernando Pessoa, assinada pelo semiheterónimo Bernardo Soares, um ajudante de guarda-livros que vive em Lisboa. Publicada postumamente em 1982. Consiste em mais de 500 textos sem uma ordem linear, que se desenvolvem como um diário íntimo e psicológico sobre a vida em Lisboa e a condição humana, explorando a angústia existencial e as dúvidas do modernismo. Pessoa começou a escrever o livro aos 25 anos, trabalhando nele ao longo da vida, mas deixou-o inacabado.
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Fernando Pessoa
Um dos maiores génios poéticos de toda a nossa Literatura e um dos poucos escritores portugueses mundialmente conhecidos. A sua poesia acabou por ser decisiva na evolução de toda a produção poética portuguesa do século XX. Se nele é ainda notória a herança simbolista, Pessoa foi mais longe, não só quanto à criação (e invenção) de novas tentativas artísticas e literárias, mas também no que respeita ao esforço de teorização e de crítica literária. É um poeta universal, na medida em que nos foi dando, mesmo com contradições, uma visão simultaneamente múltipla e unitária da Vida. É precisamente nesta tentativa de olhar o mundo duma forma múltipla (com um forte substrato de filosofia racionalista e mesmo de influência oriental) que reside uma explicação plausível para ter criado os célebres heterónimos - Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis, sem contarmos ainda com o semi-heterónimo Bernardo Soares.
Fernando Pessoa nasceu em Lisboa em 1888 (onde virá a falecer) e aos 7 anos partiu para a África do Sul com a sua mãe e o padrasto, que foi cônsul em Durban. Aqui fez os estudos secundários, obtendo resultados brilhantes. Em fins de 1903 faz o exame de admissão à Universidade do Cabo. Com esta idade (15 anos) é já surpreendente a variedade das suas leituras literárias e filosóficas. Em 1905 regressa definitivamente a Portugal; no ano seguinte matricula-se, em Lisboa, no Curso Superior de Letras, mas abandona-o em 1907. Decide depois trabalhar como "correspondente estrangeiro". Em 1912 estreia-se na revista A Águia com artigos de natureza ensaística. 1914 é o ano da criação dos três conhecidos heterónimos e em 1915 lança, com Mário de Sá-Carneiro, José de Almada-Negreiros e outros, a revista "Orpheu", que dá origem ao Modernismo. Entre a fundação de algumas revistas, a colaboração poética noutras, a publicação de alguns opúsculos e o discreto convívio com amigos, divide-se a vida pública e literária deste poeta.
Pessoa marcou profundamente o movimento modernista português, quer pela produção teórica em torno do sensacionismo, quer pelo arrojo vanguardista de algumas das suas poesias, quer ainda pela animação que imprimiu à revista "Orpheu" (1915). No entanto, quase toda a sua vida decorreu no anonimato. Quando morreu, em 1935, publicara apenas um livro em português, "Mensagem" (no qual exprime poeticamente a sua visão mítica e nacionalista de Portugal), e deixou a sua famosa arca recheada de milhares de textos inéditos.
Ler mais Pedro Catalão Moura
Pedro Catalão Moura nasceu em 1995, no Norte de Portugal. Transmontano de gema, foi em Lisboa que escolheu prosseguir com a sua vida profissional. Licenciado e mestre em Engenharia Biomédica pela Universidade NOVA de Lisboa, encontra-se a desenvolver a sua tese de doutoramento na mesma instituição. Como fruto do seu trabalho de investigação, já publicou diversos artigos científicos e foi orador em várias conferências internacionais. Grande apreciador da leitura desde muito novo, altura em que devorava todo o tipo de banda desenhada, depressa encontrou na escrita um refúgio para as aventuras e desventuras do mundo académico. Quando o Vaticano Caiu é o seu primeiro thriller, uma história arrepiante, inspirada em acontecimentos verídicos e com muita emoção do princípio ao fim.
Ler mais Susa Monteiro
Susa Monteiro nasceu em 1979, em Beja. Estudou Realização Plástica do Espetáculo e Cinema de Animação, tendo trabalhado em teatro e cinema até 2005. Desde então, dedica-se exclusivamente à ilustração e à banda desenhada. Tem ilustrado livros, cartazes e publicações diversas, colaborando com vários jornais e revistas portuguesas — entre os quais a Visão, onde ilustrou as crónicas de Mia Couto. Expõe o seu trabalho, individual e coletivamente, em Portugal e no estrangeiro. É autora e ilustradora do livro Sonho, uma narrativa contada exclusivamente através de imagens que lhe concedeu, em 2018, o prémio de Melhor Ilustradora Portuguesa do festival Amadora BD e uma Menção Especial no Prémio Nacional de Ilustração.
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