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J. H. Andresen - A Família, a Empresa e o Tempo (1841-1942)

Gaspar Manuel Martins Pereira

Sujeito a confirmação por parte da editora



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Detalhes do Produto

Sinopse

Um jovem dinamarquês, Jann Hinrich Andresen (1826-1894), grumete de um veleiro que aporta na Ribeira para se abastecer, foge das iras do capitão e dá início a uma longa «saga» familiar e empresarial. Com 15 anos, numa terra estranha, sem dinheiro,

sem amigos e sem entender a língua e os hábitos locais, é acolhido por um comerciante de Cima do Muro que o emprega como caixeiro. Em pouco tempo, ganha a confiança do patrão, que forma com ele sociedade em 1845. Estabelece-se por conta própria meia dúzia de anos depois, naturaliza-se português e estende os negócios de navegação e de comércio geral à destilação e à moagem, aos vinhos e à tanoaria. Torna-se o maior armador e um dos mais ricos e influentes empresários do Porto.

Na década de 1880, no limiar da euforia da borracha amazónica, funda uma filial em Manaus e cria uma linha transatlântica de navegação a vapor, com ligações ao Brasil, Nova Iorque e Liverpool. A expansão da família acompanha o sucesso dos negócios. A larga descendência gerada no Porto segue destinos diversos. Os filhos anteriores ao casamento são enviados para a ilha de Föhr, ao cuidado da irmã Gardina, emigrando depois para os EUA. Os outros filhos dão continuidade à empresa paterna e afirmam-se entre a elite portuense finissecular pela fortuna, estilo de vida e influência.

João Henrique Andresen. Escultura em mármore, da autoria de Simões de Almeida Júnior, 1896. Encontra-se, atualmente, na Galeria da Biodiversidade/Jardim Botânico da Universidade do Porto. Fotografia cedida pela leiloeira Marques dos Santos.

Porém, nas primeiras décadas do século XX, a crise da borracha amazónica, o fim da linha de navegação e a perda de controlo na indústria moageira, a par do impacto negativo da Grande Guerra, conduzem à decadência dos vários negócios da J. H. Andresen, Sucessores. Resiste apenas a casa de comércio de vinhos até à venda das quotas dos vários irmãos e herdeiros a novos proprietários, cujos descendentes ainda hoje mantêm activa a firma com o nome do fundador. É essa história que se procura compreender neste livro, cruzando as vicissitudes da família e da empresa criadas por J. H. Andresen.

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Autor

Gaspar Manuel Martins Pereira

Professor catedrático do Dep. De História e de Estudos Políticos e Internacionais da Fac. de Letras da U. Porto. Foi co fundador e coordenador científico do GEHVID – Grupo de Estudos de História da Viticultura Duriense e do Vinho do Porto (1994-2001). Entre 2007 e 2011, dirigiu o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço&Memória». Tem desenvolvido diversos projectos de investigação sobre história contemporânea portuguesa, em particular sobre a história da cidade do Porto no século XIX, a história da família e a história do vinho do Porto e da região do Alto Douro. Tem uma vasta obra publicada, de que se destacam: Alto Douro/Douro Superior (Lisboa, 1988), O Douro e o vinho do Porto de Pombal a João Franco (Porto, 1991), Famílias portuenses na viragem do século, 1880-1910 (Porto, 1995), O Douro de Domingos Alvão (Coimbra, 1995), Dona Antónia (Porto, 1996), No Porto Romântico, com Camilo (Porto, 1997), Porto Vintage (Porto, 1999), Memória do Rio – para uma história da navegação no Douro (Porto, 2001), Eduardo Santos Silva, cidadão do Porto (Porto, 2002), Sogrape: uma história vivida (Porto, 2003), Vinho do Porto (coord., Porto, 2003), O Douro Contemporâneo (org., Porto, 2006), As Águas do Douro (coord., Porto, 2008), Uma vida pela liberdade: Artur Santos Silva, 1910-2010 (Porto, 2010), Crise e Reconstrução. O Douro e o Vinho do Porto no século XIX (coord., Porto, 2010). Tem realizado, também, numerosas acções no domínio do património histórico-cultural, tendo participado, entre outros projectos, na preparação da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial e na concepção e instalação do Museu do Douro, de que foi Director até 2007.

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