História Crítica do Pensamento Político: da polis ao socialismo revolucionário - Vol. I
Joaquim Jorge Veiguinha
Detalhes do Produto
- Editora: Edições 70
- Coleção: Extra Coleção
- Categorias:
- Ano: 2022
- ISBN: 9789724426396
- Número de páginas: 518
- Capa: Brochado
Sinopse
Será a política uma guerra ou a guerra uma derrota da política? Apesar de a política ter uma dimensão de luta e combate, não é uma guerra de onde resultariam apenas mortos, feridos e alguns sobreviventes. Tinha razão Aristóteles, que, ao contrário de Platão, excluiu os guerreiros do governo da Cidade: a cidade apenas pode ser governada pelos cidadãos e cidadãs. A política não aspira também a edificar o seu reino no Céu, mas a construir a cidade terrena, pois a sua dimensão é radicalmente mundana. Outra dimensão da política é a participação de todos e todas no governo da Cidade, condição da democracia que apenas no século XX se concretizou com a conquista do direito de voto pelas mulheres. A política entra, no entanto, em crise com o aumento das fracturas e polarizações sociais que está na origem da ascensão dos autoritarismos, para os quais o oponente não é o adversário, mas o inimigo a descredibilizar e a abater. Por isso, a guerra é uma ameaça periodicamente ressurgente.
Mas, afinal, de que estamos a falar quando falamos de política? Para Joaquim Jorge Veiguinha, a política é a tentativa de construir uma ordem imanente e inclusiva em que, apesar dos nossos conflitos e divergências, possamos tolerar-nos reciprocamente, pois não é possível que neste mundo todos nos amemos uns aos outros. Da Grécia Antiga a Habermas, esta monumental História Crítica do Pensamento Político em dois volumes tem como cenário não um pretenso fim da História, mas um estado de livre interacção dos indivíduos em que cada um contribui para o aperfeiçoamento dos outros e recebe destes também o contributo para o seu próprio aperfeiçoamento. Só neste contexto em que o Estado como monopólio legítimo do uso da força entra em declínio se poderá cumprir a profecia do filósofo alemão Fichte: «O fim de todo o governo é tornar supérfluo o governo.»