Vejo a minha mala com a faixa amarela que a identifica, a emergir da confusão, como uma bandeira adiada a assinalar o território do sonho. Agarro-a e encaminho-me para a porta onde, além de todos os receios e saudades, o futuro se abre de par em par. Chamo-me Soraia e sei que Macau também pode ser isto: o lugar onde o amanhã germina, embalado pelo desfolhar de incertezas, num caudal de histórias para contar.
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Dora Nunes Gago
Dora Nunes Gago nasceu em São Brás de Alportel (Algarve), é actualmente Professora Associada de Literatura no Departamento de Português da Universidade de Macau (China), tendo sido directora e vice-directora do mesmo departamento.
Doutorada em Literaturas Românicas Comparadas pela Universidade Nova de Lisboa (2007), Mestre em Estudos Literários Comparados e licenciada em Português-Francês pela Universidade de Évora, foi professora do ensino secundário, Leitora do Instituto Camões na Universidade da República Oriental do Uruguai; investigadora de pós-doutoramento na Universidade de Aveiro e pós-doc visitante na Universidade de Massachusetts Amherst (Estados Unidos).
É autora de várias publicações na área da Literatura Comparada, entre as quais se destacam: Uma cartografia do olhar: exílios, imagens do estrangeiro e intertextualidades na Literatura Portuguesa – Finalista dos Prémios de Ensaio do Pen Club 2021 e Imagens do estrangeiro no Diário de Miguel Torga (Fundação Calouste Gulbenkian, 2008). É colaboradora de diversos centros de investigação de universidades portuguesas: CETAPS, CHAM (Universidade Nova de Lisboa), Centro de Línguas e Culturas (Universidade de Aveiro), CEC (Faculdade de Letras de Lisboa).
Enquanto ficcionista, está representada em antologias de contos colectivas, tem colaborado com textos de ficção em diversas revistas e jornais, nacionais e internacionais. Publicou, entre outros livros: A sul da escrita (distinguido com o Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca em 2006), As Duas Faces do Dia (Menção honrosa no Prémio Literário Florbela Espanca), Travessias, Contos Migratórios (2014). Foi distinguida também com: o Prémio de Conto Manuel Laranjeira (Espinho, 2008), Prémio de Conto, Almada (2005), Prémio Literarius (Silves, 2004), entre outros.
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