Partilhar

Desconto: 10%
18,00 € 20,00 €

Detalhes do Produto

  • Editora: Bestiário
  • Categorias:
  • Ano: 2021
  • ISBN: 9786120012291
  • Número de páginas: 336
  • Capa: Brochada

Sinopse

Textos sobre arte, em torno de Jorge Feijão, Ana Jotta, Pedro Calapez, Rui Chafes & Pedro Costa, Sé Velha de Coimbra, Georges de la Tour, Cy Twombly, João Cruz Rosa, Jorge Pinheiro, Museu Nacional de Machado de Castro, Albuquerque Mendes, Delos, Pedro Casqueiro, Pisanello, Pedro Valdez Cardoso, Agustina Bessa-Luís, José Pedro Croft, Sofia Areal, Filipa Venâncio, André Príncipe, Moirika Reker, Gilberto Reis & Sérgio Eliseu, Adriana Molder entre outros.


Ler mais

Autor

João Miguel Fernandes Jorge

1943, Bombarral. Poeta, prosador e crítico artístico, licenciado em Filosofia, desenvolveu também a atividade docente. Estreia-se na poesia com o volume Sob Sobre Voz, onde joga, de forma inquietante, com a não referencialidade de uma palavra que se situa na contiguidade com o indizível. Ou seja, nas palavras de Joaquim Manuel Magalhães, a perturbação gerada na leitura da sua poesia decorre da nossa formação ocidental, pela qual se torna "difícil de abdicar de um real para o qual as palavras não apontem" ("alguns descobriram que dizer barco não é arrastar à palavra um barco ou dizer aos outros que um barco está ali, mas revelar um local onde um barco não está, onde a memória dele se tornou uma música de fonemas em que desaparece o barco e o homem descobre a solidão que é dizer barco sem um barco ser. Este trabalho silencioso de captação da ausência percorre a obra de João Miguel Fernandes Jorge." (cf. MAGALHÃES, Joaquim Manuel - Os Dois Crepúsculos, Lisboa, A Regra do Jogo, 1981, pp. 224-225), ou, nas palavras do próprio autor: "O que me faz escrever este poema/não são as coisas: terra céu astros./A saber: estendo a mão: e/o mundo reconhece-a encontra a/memória onde repousa e se transforma./... Não sonho palavra sonho barco." ("Para outro texto", in Vinte e Nove Poemas, Lisboa, 1978). Confirmadas nos volumes que integram a sua Obra Poética, estas linhas de leitura remetem, segundo Fernando Guimarães, para um processo de "microrrealismo", pelo qual a "linguagem tende a testemunhar a evidência do conhecimento", ao mesmo tempo que as imagens ou metáforas se constituem como "núcleos de natureza conceptual": "João Miguel Fernandes Jorge parece fazer apelo à possibilidade de a linguagem se afastar de dois caminhos, o da metáfora e o da imagem, em que a poesia moderna tanto se fixou desde os finais do séc. XIX, privilegiando, antes, os caracteres apagadamente distintivos dos "sinais" ou, se se quiser, dos signos (...)", o poema fragmentando-se "através de múltiplas reminiscências, de uma linguagem desfocada, de uma disponibilidade subjetiva nem sempre previsível, de uma visão fluida da realidade e da natureza, de uma dispersão de significados às vezes percorridos por referências culturais ou de índole meramente circunstancial que, apesar de um descritivismo a que não raro se mantém fiel, se tornam dificilmente reconhecíveis. (...) A linguagem torna-se dispersiva, residual, e a consciência de que ela é inquestionável ou opaca a um possível significado" (GUIMARÃES, Fernando - A Poesia Portuguesa Contemporânea e o Fim da Modernidade, Lisboa, Caminho, 1989, pp. 113-114). A publicação de Crónica, em 1977, inaugura na sua bibliografia uma outra estratégia discursiva, que parte da colagem de textos e motivos históricos com acontecimentos reais e míticos e com conteúdos subjetivos.

Ler mais