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Sinopse

Oitenta anos depois, Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes, continua a ser um dos romances mais marcantes do século xx português.

Passam, em 2021, oitenta anos sobre a primeira edição de Esteiros, de 1941 (com capa original de Álvaro Cunhal) – um livro que marcou várias gerações de leitores ao mostrar-lhes personagens que ficaram para sempre na nossa recordação, «os filhos dos homens que nunca foram meninos» (é essa a dedicatória a abrir o romance): Gaitinhas, Guedelhas, Gineto, Maquineta e Saguí. São eles os heróis anónimos de um diálogo entre o humano e a Natureza, a denúncia da injustiça e a busca de redenção, a solidariedade e a denúncia da pobreza e da penúria. O romance, uma das referências mais emblemáticas do movimento neorrealista português, foi de leitura obrigatória nas escolas secundárias portuguesas durante duas décadas. É hoje um livro quase esquecido. No entanto, graças à sua ingenuidade, bravura e simplicidade, Esteiros é um documento marcante da história portuguesa do século xx – e deve ser relido para que não esqueçamos a fotografia amarga desses anos.


«Esteiros resiste até mesmo a esta vontade de apagar da literatura o empenhamento político-social; é precisamente essa a frescura da escrita, essa autenticidade das personagens nas suas condutas e nas suas frases, essa poeticidade flagrante.»

Urbano Tavares Rodrigues 

«A sua miséria e o seu abandono são de repente a sua liberdade e a liberdade pura alegria. [...] Descalços, esfarrapados, famintos, com a mãe a morrer ou o pai desempregado, submetidos por uns tostões à inominável violação de um trabalho animal, estas crianças nunca pedem dó e nunca fazem dó.» 

Vasco Pulido Valente

«Poder-se-á também dizer que um romance sobre crianças condenadas à miséria é singular no panorama literário nacional, despertando emoções particulares. Depois, ou talvez sobretudo, há a componente política. Por razões mais ideológicas do que estéticas, o romance entrou para o cânone escolar, sendo de leitura obrigatória na escola, depois do 25 de Abril, para só sair, talvez ainda por razões ideológicas, passados alguns anos. Por isso, muita gente, mais ou menos jovem, o leu ou, pelo menos, teve obrigação de o ler.»

Carlos Fiolhais

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Autor

Joaquim Soeiro Pereira Gomes

"Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Baião, 1909 – Lisboa, 1949) estudou em Espinho e Coimbra (onde tirou o curso de regente agrícola) e trabalhou em Angola. Fixou-se em Alhandra e, a partir de 1939, começa a escrever no semanário oposicionista O Diabo. Tendo aderido ao PCP em 1937, passou à clandestinidade em 1944, sendo eleito para o Comité Central em 1946. Além de Esteiros (cujo desenho da capa da primeira edição é de Álvaro Cunhal), na sua bibliografia há ainda outro romance, Engrenagem (publicação póstuma em 1951), bem como recolhas de contos (Contos Vermelhos ou Refúgio Perdido e Outros Contos) e de crónicas. A sua correspondência com a mulher, Manuela Câncio dos Reis, está publicada no livro Eles Vieram de Madrugada (1981). "

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