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- Editora: Coimbra Editora
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- Ano: 2016
- ISBN: 9789723223514
Sinopse
Na poesia de António Arnaut, que comemorou 80 anos no dia 28 de janeiro, em Penela, sua
terra natal, e que publicou mais de 30 livros de diferentes géneros literários, o rio
"surge frequentemente como metáfora", disse hoje o autor à agência Lusa.
"O rio é uma imagem recorrente na minha obra poética. Mas este meu rio normalmente não
desagua e regressa sempre à pureza da nascente", acrescentou o amigo de Miguel Torga, que
em 2007 publicou o romance "Rio de sombras", em cumprimento de uma promessa que fizera ao
autor de "Os Bichos", com quem conviveu durante décadas, tanto em Coimbra, como na praia
do Pedrógão, na zona de Leiria, onde passavam férias juntos com as famílias.
O principal impulsionador do Serviço Nacional de Saúde (SNS), antigo grão-mestre do Grande
Oriente Lusitano (GOL) -- Maçonaria Portuguesa, assume que este novo livro de poesia
simboliza o desejo de ver atuais e futuras gerações a "darem continuidade" à sua obra
estética, cívica e política, aprofundando a liberdade, a "fraternidade universal", outros
valores e direitos humanos defendidos pelos maçons, em Portugal e no mundo.
"Para que o rio incessante que me corre / leve a metáfora até ao cume / do Sol em devir
sempre nos meus olhos", acentua, reproduzindo a última estrofe de "Memória", primeiro
poema da obra que motivará a intervenção de Delfim Leão na apresentação.
Além dos 80 poemas que integram "Era um rio e chorava", António Arnaut, quando uma
primeira versão do trabalho já estava acabada nas oficinas da "Coimbra Editora", decidiu
ainda juntar um derradeiro "Poema inacabado (fragmento)", escrito pelo seu punho e assim
reproduzido na contracapa.
Significa este gesto, assumido quando Arnaut já tinha celebrado 80 anos, no âmbito de uma
homenagem promovida pela Câmara Municipal de Penela, que "alguém há de continuar a obra",
explica o autor à Lusa, que se considera "um pacifista revoltado e um poeta da revolução
humanista".
Chegar aos 80 anos de idade, completando 62 de vida literária, "é como que dobrar o Cabo
Adamastor", sublinha o antigo ministro dos Assuntos Sociais, um dos fundadores do PS e seu
militante número 4, afastado da política ativa há quase 40 anos.
"Escrevo todos os dias poesia, que aproveito ou não", tudo dependendo das "horas amargas e
doces", do "amor e mágoa" que impulsionam o trabalho criativo, "sempre à procura de um
verso que nunca se encontra", refere.