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Sinopse

O último expediente chegado à mesa de trabalho de Kristóf Kömives, juiz na Budapeste de entre guerras, é o divórcio dos Greiner. Mais um caso, não fosse o nome de solteira da mulher, Anna Fazekas, fazer o magistrado perder a sua imutável serenidade.

Imre Greiner e Kristóf haviam sido colegas de escola, mas é a lembrança de Anna que é mais intensa para o juiz: a evocação de instantes fugazes passados com ela são o suficiente para perturbar, depois de tantos anos, o aparente sossego da sua respeitável vida burguesa. E quando Greiner se apresenta em sua casa com a notícia do suicídio da mulher, Kristóf não consegue resistir ao turbilhão de pensamentos que inunda o seu espírito.

No decurso de uma noite, Kristóf assumirá o duplo papel de acusado e testemunha da confissão de Greiner, que, à medida que conta a história do seu casamento com Anna, porá em evidência o abismo que separa os dois homens.

Assim, tendo como pano de fundo o estalar iminente da guerra mais devastadora que a Humanidade conheceu, a morte da mulher que ambos amaram dá-lhes a oportunidade de reflectir sobre vivências e sentimentos que nunca foram capazes de partilhar com ninguém, e redimir em parte, talvez, os erros que os levaram à situação actual.

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Autor

Sándor Márai

Sándor Márai nasceu em 1900, em Kassa, uma pequena cidade húngara que hoje pertence à Eslováquia. Passou um período de exílio voluntário na Alemanha e na França durante o regime de Horthy, nos anos 20, até que abandonou definitivamente o seu país em 1948, com a chegada do regime comunista, tendo emigrado para os Estados Unidos. Um liberal acima de tudo, Sándor Márai tinha a plena convicção de que jamais poderia experimentar seu ideal de liberdade numa sociedade dominada pelo comunismo. A subsequente proibição da sua obra na Hungria fez cair no esquecimento quem nesse momento era considerado um dos escritores mais importantes da literatura centro-europeia. Foi preciso esperar várias décadas, até à queda do regime comunista, para que este extraordinário escritor fosse redescoberto no seu país e no mundo inteiro. Márai sempre escreveu em húngaro e produziu a maior parte de suas obras no período entre 1928 e 1948. Sándor Márai suicidou-se em 1989, em San Diego, na Califórnia, poucos meses antes da queda do muro de Berlim. Na sua trajectória literária fala das armadilhas do amor, da paixão, da vida, da dor, da decadência e da morte. Teve o seu olhar sempre voltado para todas as aventuras emocionais do homem. A força da literatura de Sándor Márai sempre esteve na sua descrença e na aceitação de seu destino.

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