Partilhar

Coração das Trevas

Joseph Conrad

Em Stock



15,00 €

Detalhes do Produto

Sinopse

Por muito que pese a admissível oscilação nos gostos e nos critérios, ainda assim Coração das Trevas (novela de 1902, publicada em três números consecutivos do Blackwood’s Magazine) dificilmente escapará a quem destaque, na extensa obra literária de Joseph Conrad, os maiores títulos do autor. Coração das Trevas, novela que se viu acrescentada no seu interesse ao inspirar a parte mais inquietante do argumento de Apocalypse Now, filme dos maiores em Francis Coppola e no cinema americano da década de 70.

[…]

A sua biografia, que termina em Agosto de 1924 com uma morte banal aos sessenta e sete anos de idade (banal mas significativamente marcada pelo «coração das trevas» porque a sua saúde, sem mácula até 1890, foi tocada por um sopro maligno quando subiu de barco o rio Congo, cenário-personagem desta novela, passando a fazer dele um homem alquebrado por reumatismos e sezões, impróprio para as durezas do mar), ainda tem algumas aventuras no Oriente mas rapidamente se reduz ao trabalho literário, com pouco êxito junto do leitor anónimo mas com uma consagração relativamente fácil perante a crítica literária do seu país (isto é, a Inglaterra, porque se naturalizou inglês em 1886), e também da França (através das suas obras quase completas que a Gallimard editou por influência de André Gide, seu patrocinador incansável e esplêndido tradutor de Typhoon).

[…]

Nesta novela, a morte de Kurtz será uma providencial solução do destino, capaz de partir o elo entre Marlow e Kurtz, capaz de consentir na sua libertação. Ou não será isto tão incontestável? Joseph Conrad não quis ser explícito, e mostra-nos um Marlow perplexo e de regresso a uma Europa já dominada pelas mesmas trevas, povoada pelos mesmos fantasmas pressentidos no coração da selva. Na verdade, que fim terá este Marlow que o autor nunca chegou, na sua obra, a enterrar?

[Aníbal Fernandes]

Ler mais

Autor

Joseph Conrad

Joseph Conrad nasceu na Ucrânia a 3 de dezembro de 1857, filho de pais polacos, exilados devido a atividades políticas. Conrad ficou órfão de pai aos onze anos, tendo sido deixado ao cuidado de um tio materno que exerceu grande influência sobre ele. A partir de 1874, Conrad, então a viver em Marselha, iniciou a sua aprendizagem como marinheiro, tendo ingressado na Marinha Mercante Britânica e adotado a nacionalidade inglesa em 1886. Depois de publicado o seu primeiro romance, Almayer’s Folly, em 1895, Conrad abandonou a vida de marinheiro. Embora os livros sobre temas marítimos sejam numerosos e exista a tendência para o imaginar sempre a bordo de um veleiro, a verdade é que passou os últimos trinta anos da sua vida em terra, numa sedentária vida de escritor, no condado de Kent. Conrad era conhecido por dois aspetos contraditórios do seu caráter. Era ao mesmo tempo irritável e amável. Todos os que o conheceram afirmavam também que era um homem de grande ironia. Usava monóculo, não gostava de poesia, exceto dos versos do seu amigo Arthur Symons e talvez de Keats. Detestava Dostoievski por ser russo e escrever romances que lhe pareciam confusos. Era um grande leitor, sendo Flaubert e Maupassant os seus autores favoritos. Durantes muitos anos, Conrad atravessou dificuldades financeiras e sentiu a incompreensão dos críticos e a indiferença dos leitores. O livro que o tornou conhecido foi Chance, publicado em 1913. Nos dez anos que se seguiram tornou-se um dos mais reconhecidos autores de língua inglesa. Conrad casou-se aos 38 anos, nunca deixando de oferecer um presente à sua mulher cada vez que acabava um dos seus livros. Morreu subitamente a 3 de agosto de 1924, na sua casa em Kent, na Grã-Bretanha. Sentira-se mal no dia anterior, mas nada deixava adivinhar a iminência da morte.

Ler mais