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- Editora: Âncora Editora
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- Ano: 2016
- ISBN: 9789727805679
Sinopse
Toda a obra de João de Araújo Correia é verídico testemunho, porque toda ela é o resultado
de escrupulosa atenção à realidade humana e à realidade telúrica. O autor de Contos
Durienses não se deita a fantasiar, no sentido pejorativo deste verbo. Faz, decerto, obra
de imaginação, mas a matéria-prima com que a sua imaginação trabalha é colhida in loco e
in fragrante. Os contos criados pela sua imaginação respiram verosimilhança, parecem a
crespa realidade pela sumária razão de que o autor não se situa perante a realidade -
humana ou paisagística, subjectiva ou objectiva -, na atitude do cão de loiça. Muito
assimilou, muito viu, muito ouviu, muito sentiu, e por isso mesmo, chegado ao momento de
fabular o seu conto, não lhe faltam verídicos materiais para o arquitectar. Não faz
cópias, congemina uma realidade verosímil, feita de pedaços de variadas vivências que a
memória lhe arquivou. Já alguém chamou à prosa de João de Araújo Correia gostosa e
rescendente a pão rústico saído do forno, atrevida e aguda como agulha dos vinhos
naturais. E chamou bem. A prosa dele é sempre assim, não só pela bossa temperamental do
autor, mas ainda pela sua intimidade com a fala popular, que ele conhece como os dedos das
suas próprias mãos. Não embarca em modas. Inclina-se para aquilo que parece ter nascido no
signo da perenidade. Tem muito daquele engenheiro que aparece na História de uma criada
velha, dos Contos Durienses: odeia a Moda, se for feia. Para ele não há antigo nem moderno
- há o bom e o belo.