O tema das competências profissionais tem sido objeto de estudo em diversas áreas do saber e ganha pertinência à medida que as exigências da sociedade questionam as especificidades dos conhecimentos teóricos, práticos e éticos que orientam o desempenho dos diferentes profissionais. No domínio do Serviço Social o tema ganha especial relevância devido à emergência de novos públicos e novas problemáticas sociais (crescente movimento de refugiados e emigrantes, envelhecimento populacional, violência doméstica e familiar, aumento da conflitualidade social, desemprego, situações de emergência social por motivos de catástrofes, epidemias e pandemias), de novos contornos das políticas sociais e políticas públicas na área da assistência, educação, saúde, segurança social e governança territorial, e de novas e renovadas abordagens teóricas orientadoras de formas de agir. Colocam-se desafios a nível teórico e exigências que do ponto de vista prático e ético reequacionam posicionamentos críticos e reflexivos dos saberes profissionais específicos e partilhados.  

Esta obra privilegia uma perspetiva sócio-cognitiva da noção de competência. Como tal, nega a separação de competências (formas de conhecimento e saberes processuais) dos conteúdos substantivos que suportam o conhecimento (ideias, significados e saberes declarativos).