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Sinopse

O desencanto, a melancolia e as perdas que perpassam pelos versos de Urbano são esse misto de geografia e história, parábolas da condição humana. Contá-las, mesmo que elipticamente, é um modo de registar poeticamente um tempo, um lugar, uma cultura, uma tradição comuns a várias gerações e ao que vulgarmente se designa de alma humana, sintetizando e deixando memória de uma resiliência, até contra os chavões com que nos querem aprisionar e cegar: “Onde for o lugar de tudo isto e a memória / desse lugar, / aí encontrarás a raiz exacta / das palavras, / a seiva / de que a vida se sustenta.” O título desta colectânea, Com navalhas e navios, onde se deixa um livro e vários poemas de fora, numa obra já de si bastante breve, constitui, pois, não só o balanço de perto de meio século de escrita poética, como dá bem a medida de uma tensão entre os tumultos interiores e as metáforas que exprimem as dinâmicas do que se observa, sonha, pensa e sente, numa luta constante entre o sofrimento e a alegria, entre as “manhas do tempo”, “uivos /e fantasmas” e “as sílabas que estremecem sob a pele / ao rumor do vento” ou “as palavras afundadas no abismo do corpo”, todos esses “sedimentos, o secreto / fulgor das mais antigas fundações”. Podendo mesmo, de quando em quando, entregar o seu estro ao humor “deletor ou deletante”, “transformando o deletor / na matéria deletada”.Carlos Bessa (do Prefácio)Prefácio de Carlos Bessa

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Autor

Urbano Bettencourt

Urbano Bettencourt (Piedade, ilha do Pico, 1949) é um dos intelectuais de maior destaque na vida cultural dos Açores. A sua obra, iniciada em 1972, contempla o ensaísmo, a poesia e a prosa de ficção. Como ensaísta, tem um trabalho continuado sobre a literatura feita nos Açores, e também um olhar informado sobre o que acontece na área da Macaronésia (Madeira, Canárias e Cabo Verde), em livro e em revistas da especialidade (nacionais e estrangeiras) e na imprensa açoriana. Na ficção e na poesia, publicou cerca de duas dezenas de títulos. Parte da sua produção literária tem sido traduzida no estrangeiro, quer em obras autónomas, quer em antologias.

É Licenciado em Filologia Românica pela Faculdade de Letras de Lisboa e Doutorado em Estudos Portugueses pela Universidade dos Açores. Actualmente, é investigador do CIERL-UMa e do CEHu-UAc.

A Companhia das Ilhas iniciou em 2020 a publicação da sua Obra Completa, com Sala de Espelhos.

Obras publicadas:

Poesia e narrativa: Raiz de mágoa (1972); Marinheiro com residência fixa (1980); Naufrágios inscrições (1987); Algumas das cidades (1995); Lugares sombras e afectos (2005); Santo Amaro sobre o mar (2005; 2.ª ed, 2009); Antero (2006); Que paisagem apagarás (2010); África frente e verso (2012), Outros nomes, outras guerras (Companhia das Ilhas, 2013). Está representado em diversas antologias no país e no estrangeiro (Brasil, Canadá, Estados Unidos da América, Eslováquia, Hungria e Letónia).

Ensaio: O gosto das palavras, 3 vols. (1983, 1995, 1999); Emigração e literatura (1989); De Cabo Verde aos Açores – à luz da «Claridade» (1998); Ilhas conforme as circunstâncias (2003).

Tem dezenas de ensaios dispersos em jornais e revistas da especialidade e em obras de conjunto, dentro e fora do país.

Entre 2006 e 2009, coordenou com Carlos Alberto Machado a colecção Biblioteca Açoriana (Lajes do Pico).

Colaborou na edição das seguintes antologias de poesia açoriana: Caminhos do Mar. Antologia Poética Açoriano-Catarinense (com Lauro Junkes e Osmar Pisani), Florianópolis, Santa Catarina, 2005; Pontos Luminosos. Açores e Madeira-Antologia Poética do Século XX (com Maria Aurora Homem e Diana Pimentel), 2006; Azoru Salu. Dzejas antologija (com Leons Briedis), Riga, Letónia, 2009.

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