Detalhes do Produto
- Editora: Assírio & Alvim
- Categorias:
- Ano: 2010
- ISBN: 9789723715132
- Número de páginas: 208
- Capa: Brochada
Sinopse
«O cartoonista não tem por obrigação construir seja o que for. Se
vemos que alguma coisa está mal, o nosso papel é destruir. Depois
há gente que vem atrás e constrói sobre os escombros, mas não é
nossamissão fazer crítica construtiva, isso cabe a outros, pensadores,
políticos
1 Talvez escombros seja exagero, mas a obra de Augusto
Cid (Faial, 1941), que cumpre agora meio século, alguns estragos
cometeu numa ou noutra figura da política nacional, como aliás
exemplifica logo o primeiro dos auto-retratos que abrem esta antologia.
E se começámos com o olhar do artista sobre o seu corpo, tínhamos
de iniciar este texto com palavras suas sobre o seu espírito.
O observador, que remete com ironia para pensadores e políticos a missão de construir, mexe
com o objecto, incomoda com a perspectiva e a caneta. Pode até pedir desculpa, que não lhe
evita dissabores: foi o primeiro desenhador de humor do pós-25 de Abril a ver livros seus
apreendidos, sofreu processos e retaliações, antes ainda de outras mais duras e pesadas consequências
devido a um acto de cidadania. Em país de coitadinhos sempre prontos a vestir o papel
da vítima, preferindo os ademanes da simpatia à simples frontalidade, presos algures entre
o cacique e o sabujo, Cid foimalcriado e panfletário, obsessivo e impiedoso,mas acima de tudo
lúcido, acutilante e divertido.»