Há obras que impõem um autor para a posteridade. Tal é o caso do volume da Cerâmica Portuguesa de José Queirós. No contexto da historiografia portuguesa e mais explicitamente no estudo da ceramologia, essa obra, publicada em 1907, passou a constituir um marco de grande nível que só tem paralelo em trabalhos realizados por Alexandre Herculano, Rebelo da Silva, ou por homens da época de José Queirós, como Alberto Sampaio, Costa Lobo, Gama Barros, Anselmo Braamcamp Freire, José Leite de Vasconcelos e João Lúcio de Azevedo. São raras as obras que se podem gabar de uma durabilidade científica tão extensa e com um impacte tão intenso na investigação posterior. Quase 100 anos após a publicação original desta valiosa obra, a abordagem da mesma continua tão fundamental, importante e actual como no início.