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Canastras e Canastreiros da Ribeira de Nisa

Raul Ladeira (Coord.)

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Sinopse

A arte dos canastreiros e dos cestos poder-se-ia inscrever no artesanato tradicional, mas a Convenção de Paris chegou tarde para os nossos canastreiros e artesãos. A salvaguarda desta arte já não é possível para o presente, os artistas partiram antes de poderem assistir ao justo reconhecimento que mereciam. Justo reconhecimento, em vida, da sua arte e da sua cultura, numa interacção do homem com a natureza, bem distantes das actividades, muitas delas prejudiciais, do mundo tecnológico e industrial que, frequentemente, nada respeitam à sua volta – terra, mar e céu – e que poderão tornar insuportável a habitabilidade do planeta.
O Centro Museológico da Arte Cesteira, sediado no Monte Carvalho Ribeira de Nisa, e este livro pretendem resgatar esta comunidade do esquecimento voraz que o tempo impõe e perpetuar o conhecimento e a arte dos antepassados deste território. A história e a cultura são fundamentais para manter o vínculo entre os que partiram, os presentes e os futuros habitantes, como um fio condutor que se pretende evolutivo, mas com uma matriz que transmite os valores e a sua pertença, de geração em geração, para que os homens e as mulheres desta terra – Ribeira de Nisa – se sintam gratificados e honrados pelo seu passado, dignifiquem o seu presente e ajudem a preparar o caminho para os seus vindouros.
[Fernando Mão de Ferro]
Os cestos e as canastras produzidas na Ribeira de Nisa espalharam-se um pouco por todo o país. A sua excelente qualidade trouxe à Serra de São Mamede comerciantes que as levavam para as feiras e para as lojas, para a posterior utilização na agricultura, na pesca e em várias indústrias. O exemplo das peças para o transporte do pão e da fruta é assinalável, mas a maneira como os canastreiros portalegrenses se adaptaram à manu- fatura dos modelos dos cestos e canastras utilizadas para o acondicionamento, lavagem e transporte do peixe, um pouco por todo o litoral português, merece uma referência especial.
Nos vários testemunhos recolhidos, persiste a memória de grandes encomendas para Matosinhos, Gaia, Ovar, Aveiro, Alcobaça, Nazaré, Lisboa, Setúbal, Algarve e muitas outras localidades e salinas nacionais.
Levantar, antes do sol nascer, porque era preciso ir ao souto, já negociado, cortá-lo e trazer as varas para as enterrar junto à habitação. Depois, havia que encozê-las, rachá-las, lavrá-las, preparar a matéria-prima (as varas) para, finalmente, se fundar, tecer, debruai, limpar, enfim, fazer a obra, como se designavam os canastros e os cestos depois de produzidas. Ali, num trabalho solitário, na oficina improvisada junto da habitação – o casão", coabitando, por vezes, com as galinhas, coelhos e a inseparável burra que ajudava no amanho da terra, mas que servia também de transporte para os locais de venda –, se tecia o sonho e a realidade.
 [Isilda Garraio]

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Autor

Raul Ladeira

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