Amor, paixão e uma morte misteriosa dão o mote para este aclamado romance do grande escritor espanhol, uma reflexão poderosa sobre o desejo, o rancor e o perdão.
Profundo conhecedor da alma humana, do seu lado negro e recantos obscuros, Javier Marías dedica estas páginas a uma exploração do desejo, da justiça e da verdade. Na Madrid de 1980, o jovem Juan de Vere, acabado de sair da universidade, emprega-se como secretário pessoal de Eduardo Muriel, um decano do cinema espanhol. De uma perspetiva privilegiada, quase íntima, assiste à misteriosa desdita conjugal de Muriel e da esposa, Beatriz Noguera, de quem se torna amante. Muriel encarrega Juan de investigar a história de um amigo de longa data, sobre o qual lhe chegaram rumores de um passado indecente.
Na arrogância da juventude e cada vez mais enredado na vida do casal, Juan decide ir além das funções de que fora incumbido e toma iniciativas duvidosas. Depressa descobrirá que, quando não assumimos o que fomos, tudo o que somos é uma mentira.
Assim começa o mal é, nas palavras do próprio Javier Marías, «um livro sobre o desejo, como um dos motores mais fortes da vida das pessoas, que por vezes nos leva a passar por cima de qualquer lealdade, consideração e respeito nas relações com os outros».
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Javier Marías
Javier Marías (1951-2022), nasceu em Madrid. Foi um dos mais destacados escritores espanhóis dos últimos cinquenta anos. A sua obra encontra-se publicada em 46 idiomas e 59 países, com cerca de dez milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Escreveu dezasseis romances, vários livros de contos e de ensaio, a maioria dos quais publicados em Portugal pela Alfaguara: Tomás Nevinson, Berta Isla (Prémio da Crítica), Assim começa o mal, Os Enamoramentos (Prémio Giuseppe Tomasi di Lampedusa; Prémio Qué Leer), Coração tão Branco (Prémio da Crítica; Prix l’Oeil et la Letre; IMPAC Dublin Literary Award), Amanhã na Batalha Pensa em Mim (Prémio Fastenrath; Prémio Rómulo Gallegos; Prix Fémina Étranger), Todas as Almas, a trilogia O Teu Rosto Amanhã, e o volume de contos Não Mais Amores. Pelo conjunto da sua obra, recebeu vários prémios e distinções: Prémio Nelly Sachs (Dortmund, 1997); Prémio Comunidad de Madrid (1998); Prémio Grinzane Cavour (Turim, 2000); Prémio Alberto Moravia (Roma, 2000); Prémio Alessio (Turim, 2008), Prémio José Donoso (Chile, 2008); The America Award (2010) Prémio Nonino (Udine, 2011); Prémio Literário Europeu (2011); Prémio Formentor (2013); Prémio Boattari Lattes Grinzane (2015); Premio Liber (2017). Entre as traduções de sua autoria, destaca-se Tristram Shandy (Prémio Nacional de Tradução em Espanha, 1979). Foi professor na Universidade de Oxford e na Universidade Complutense de Madrid. Foi, até à sua morte, membro da Real Academia Espanhola e em 2021 foi eleito membro internacional da Royal Society of Literature, a organização de beneficência do Reino Unido para a promoção da literatura. Morreu em setembro de 2022, dias antes de completar setenta e um anos, deixando como legado aos seus leitores uma obra extraordinária, que perdurará no tempo.
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