Esta obra tem como objectivo primordial demonstrar que, ao contrário do que tem sido afirmado pela maioria dos autores, os políticos portugueses monárquicos souberam bem salvaguardar os interesses do Pais nas possessões coloniais e na Europa, aproveitando o peso do chamado "factor germânico".
Este estudo deu particular atenção às relações entre Portugal e a Alemanha entre 1898 e 1902, não deixando de remontar a análise dos acontecimentos históricos aos anos oitenta do século XIX, quando a corrida das potências europeias em África teve implicações significativas para as pretensões coloniais da pequena nação sobre o continente negro.
Visou-se demonstrar que, apesar das suas debilidades e da difícil posição do Pais no "concerto das nações europeias", a estratégia dos altos dirigentes lusos foi, ao contrário da opinião defendida pela maioria dos estudiosos, pautada por uma hábil diplomacia, visando não só evitar a perda das colónias, como também salvaguardar o País das ameaças que pairavam sobre a sua própria autonomia. É convicção da autora, após análise profunda e rigorosa, que o estudo das Relações Internacionais em perspectiva histórica deve dar mais importância ao papel desempenhado pelas potências consideradas "menores", como Portugal, para o equilíbrio dos sistemas mundiais.