As Confissões
Manuel de Freitas (Tradução e Notas), Jean-Jacques Rousseau
Sujeito a confirmação por parte da editora
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Detalhes do Produto
- Editora: E-Primatur
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- Ano: 2025
- ISBN: 9789899130654
- Número de páginas: 456
- Edição: 1
- Capa: Brochada
- Subtitulo: Segunda Parte
Sinopse
Uma das obras fundamentais da cultura filosófica do Ocidente. As Confissões, de Jean-Jacques Rousseau, são simultaneamente o testemunho de uma época e de um intelecto imortal.
A segunda parte de As Confissões, publicada postumamente em 1789, prolonga a ambição de Rousseau de narrar a sua vida com uma franqueza absoluta, mantendo a combinação de memória íntima e reflexão filosófica que caracteriza a obra. Esta secção acompanha o percurso do autor desde a sua chegada a Paris, em 1741, até aos anos em que alcança a celebridade literária e filosófica, passando também pelas experiências que precipitaram o seu isolamento progressivo.
Nesta fase, Rousseau descreve a sua inserção nos círculos intelectuais parisienses, o convívio com figuras como Diderot, Grimm e Madame d’Épinay, e a participação no movimento enciclopedista. Paralelamente, relata os dilemas pessoais ligados às suas relações sentimentais, em particular a ligação duradoura com Thérèse Levasseur, bem como episódios de atrito com antigos amigos e patronos. A narrativa mostra o contraste entre o idealismo do jovem pensador e as tensões do mundo social e político em que se move.
A segunda parte d' As Confissõesregista igualmente os momentos em que Rousseau começa a afirmar-se como autor, com obras decisivas como o Discurso sobre as Ciências e as Artes(1750) e o Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens(1755). Porém, ao mesmo tempo em que o seu prestígio cresce, aumentam as hostilidades, os mal-entendidos e as suspeitas em torno da sua personalidade. O relato ganha, assim, uma tonalidade de auto-defesa, onde o autor procura justificar as suas escolhas e explicar as razões do afastamento que marcará os últimos anos da sua vida.
A originalidade desta segunda parte reside no modo como Rousseau transforma os acontecimentos externos em matéria de análise psicológica e moral, expondo tanto as suas ambições como as suas fragilidades. Mais do que uma sucessão de factos, o texto oferece uma radiografia íntima do homem que se vê simultaneamente aclamado e rejeitado. Este equilíbrio entre triunfo e vulnerabilidade reforça o carácter pioneiro da obra, que alia o testemunho histórico ao exame de consciência.
Tal como na primeira parte, a influência de Rousseau foi determinante: a fusão de vida pública e experiência pessoal inspirou autores que exploraram a tensão entre génio criador e marginalização social. As Confissões, na sua totalidade, abriram caminho para uma literatura autobiográfica moderna em que a verdade íntima se impõe como valor estético e filosófico.