Durante muito tempo situada no cerne da teoria psicanalítica, a sexualidade perdeu, hoje, o lugar central que lhe reconhecia Freud. Quando não sucumbiu às provas do tempo, sobreviveu nas teorizações pós-freudinanas sob uma forma edulcorada cujas insuficiências ganham relevo na confrontação com o real. Perdida sob os teoremas da modernidade que concedem a sua preferência à intersubjectividade e à relação de objecto, terá a pulsão sexual ainda alguma actualidade? O regresso do sexual pela via do real não obrigará teóricos e práticos a reavaliar o impacte da sexualidade sobre o psiquismo?
Tomando em consideração as mais recentes interpretações psicanalíticas, bem como as modificações da sexualidade desde a libertação dos costumes, André Green propôe-nos aqui reatar o debate com Freud e com os seus herdeiros.
Um trabalho de refundação, rico e denso, em prol de uma actualização da problemática do sexual.