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Sinopse

Havíamos de pressentir o amor a meter-se em nós. Não o amor passivo, sentido por um filho ou um irmão. Não o amor pelo homem que nos fez ou pela mulher que nos pariu ou criou. Esse é benigno, nasce e habita em nós em contrato feito com o racional. Havíamos de antever tudo o que é inerente ao fogo de uma paixão. Para além do inexplicável arrepio, da febre alta e repentina, da fome descontrolada, do mundo que se encolhe perfeito à nossa volta… havíamos de intuir também o sofrimento a chegar. Mas não. O amor irrompe e atordoa-nos a percepção, venda-nos os olhos, ata-nos o discernimento, acende o fogo nas artérias e acampa no coração. Deixa solto o sentir e vê-o subir ao cume mais alto de nós, e depois espreme-nos de tudo o que temos para esboçar um sorriso. O amor escancara-nos a boca, fraseia-nos o coração, arranha-nos a garganta em verbos de se dizer alto e espera, e faz eco de rouxinóis poisados na vulnerabilidade dos corpos. Mas quando não é recíproco, transforma-se num vómito que dói. Num castigo que se cumpre sozinho. Num aperto sem abraço. Num silêncio que alastra no singular.

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Autor

José Alberto Postiga

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