Este livro pretende sublinhar o importante papel que a educação escolar, enquanto espaço público democrático, pode desempenhar na afirmação da centralidade da cidadania na construção de um projeto de emancipação social.

A Primeira Parte analisa, a partir do conceito de construção retórica da educação, os meios financeiros que o Estado colocou à disposição do desenvolvimento da instrução popular e da educação, da Regeneração à atualidade, defendendo que a construção da modernidade se fez, até ao último quartel do século XX, com uma persistente subalternidade do financiamento estatal da educação, mesmo nos períodos de maior crescimento económico e de estabilidade financeira.

Na Segunda Parte, procede à análise das políticas educativas no período que medeia entre o pós-Segunda Guerra e a adesão do país à Comunidade Europeia. Aqui analisam-se vários períodos: as políticas educativas do Estado Novo; os limites da renovação do marcelismo; o projeto educativo para uma sociedade a caminho do socialismo trazido pela Revolução de Abril de 1974 e a reforma global do sistema de ensino lançada pelo desafio europeu.