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Tirano Banderas - Novela de Terra Quente

Ramón Del Valle-Inclán

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Sinopse

À custa de ironia e força demolidora eficaz retrato do mundo demencial do Tirano.

O tempo pôs em destaque dois momentos altos na sua vasta produção literária. É hoje admirado pelas Sonatas (publicadas entre 1902 e 1905), quatro novelas independentes numa excelente prosa modernista (memórias fictícias do marquês de Bradomín psicologicamente dominadas pelas sucessivas estações do ano), mas ainda mais lido no seu Tirano Banderas, o primeiro «romance de tirano» (1926) entre os que hoje conhecemos com exemplos espalhados pelas váriasliteraturas da América Latina.
O que escrevi antes de Tirano Banderas é musiquinha de violino, dizia o seu autor, reforçando a sua ideia com esta insistência: digo-vos que «musiquinha», e má musiquinha de violino. Tirano Banderas é a primeira obra que eu escrevo. Começa agora o meu trabalho.
Valle-Inclán procurava, com esta radical visão da sua própria obra, sobrepor-se às vozes que um pouco por todo o lado faziam críticas nem sempre abonatórias à criação da imaginária Santa Fe de Tierra Firme, que ele deixava fluidamente localizada, mas dando-lhe, sem dúvida, um muito forte sabor a México. […]
Numa carta ao escritor mexicano Mariano Azuela, Valle-Inclán tentou esclarecer a génese da sua novela: a maior parte dos acontecimentos narrados foram compostos com o material que recolhi em conversas com revolucionários de diferentes classes e matizes, sobretudo das práticas que entre eles existiam, com insuperável interesse pela sua autenticidade e significado. os instintivos deixavam-se adivinhar com grande facilidade, mesmo nos pensamentos mais íntimos que queriam manter ocultos. a minha colheita foi feita em quartéis, hospitais, restaurantes, fandangos, caminhos de carroças, comboios e em todos os lados. Mas muitos acontecimentos estão referidos de uma forma completamente diferente daquela que eu presenciei. […]
Grande parte dos seus capítulos foram previamente publicados como textos independentes, reunidos e retocados para formarem a «novela de terra quente» que viria a chamar-se Tirano Banderas e que também cumpre a difícil tarefa de integrar na língua castelhana central os modismos que o autor absorveu durante as suas permanênciasna América Latina.

[Aníbal Fernandes] 


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Autor

Ramón Del Valle-Inclán

Ramón Maria del Valle-Inclán nasceu em Villanueva de Arosa, na Galiza, a 29 de Outubro de 1866, numa família da pequena aristocracia rural. Frequentou o liceu em Pontevedra e a Faculdade de Direito em Santiago de Compostela, estudos que veio a interromper, partindo para o México em 1882, na primeira das suas várias viagens à América Latina. Uma vida de boémia e aventura, cuja lenda sempre se esforçou por alimentar, levando o ditador Primo de Rivera a chamar-lhe, em nota oficiosa, por ocasião de um dos seus problemas com a polícia, «exímio escritor e extravagante cidadão». «Filho pródigo» da geração de 98, dedicou-se intensamente à literatura – nem um só dia sem escrever –, produzindo uma vasta e notabilíssima obra de romancista e dramaturgo, da qual Tirano Banderas constitui, indubitavelmente, o ponto mais alto. Com o advento da II República, foi nomeado director da Escola de Belas-Artes de Espanha em Roma. Nos últimos anos da sua vida, retirou-se para a Galiza, onde levou uma vida discreta e elegante, falecendo em Santiago, em 5 de Janeiro de 1936. Da sua obra destacam-se as Sonatas (Primavera, Verão, Outono e Inverno), El Ruedo Ibérico, La Corte de los Milagros, La Marquesa Rosalinda, Comedias Bárbaras, Divinas Palavras e Luces de Bohemia.

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