Um romance escrito na clandestinidade por um espião de Napoleão Bonaparte, na versão de um dos maiores poetas e tradutores da língua portuguesa.
França, final do século XVIII.
Uma mulher apanhada pelo turbilhão da Revolução vê toda a sua vida de poder e riqueza modificar-se num curto espaço de tempo. A ascensão de uma nova classe social, que se substitui à antiga nobreza, à qual pertencia, e a necessidade de sobrevivência, vão exigir-lhe uma prova de grande resiliência e humildade. Nesta nova ordem, os comportamentos do passado ditarão o seu futuro.
Publicado em 1798, durante a vaga romântica francesa, este livro encantou os leitores assim que foi lançado, mantendo-se com sucesso até fins do século XIX.
No ano em que se cumprem duzentos anos da morte de Filinto Elísio, a Sibila Publicações apresenta, na Colecção Coisas Que Ficam, mais uma obra magistralmente traduzida por ele.
Ler mais
Joseph Fiévée
Nascido em Paris em 1767 e falecido em 1839 na mesma cidade, Joseph Fiévée foi jornalista, impressor, escritor, alto funcionário, mas também espião de Napoleão Bonaparte, que apreciava a sua independência de espírito.
Anticlerical penitente, amigo de Chateaubriand e de Merimée, detestado por Stendhal, evocado por Sainte-Beuve, Fiévée foi um escritor clássico, dos mais representativos da vaga romântica.
Filho de um restaurador parisiense, tornou-se impressor durante a Revolução, editando "La Chronique de Paris", da qual se tornou jornalista.
Preso durante o período do Terror, perseguido por pertencer a uma rede realista, redigiu na clandestinidade o seu romance "La Dot de Suzette" ("O Dote de Suzette", ou "Sucessos de Madame de Senneterre"), grande êxito literário de 1798, que é preciso situar na sua época, designadamente quanto à mistura de classes resultante da Revolução.
Cronista em "La Gazette de France" entre 1800 e 1803, foi encarcerado no Templo por Fouché e libertado por ordem de Bonaparte, do qual se torna agente secreto em Londres.
Foi um dos pensadores do partido dos Ultras, mas evoluiu pouco a pouco, depois de 1818, até ao liberalismo e à defesa da liberdade de imprensa.
Em 1790 fez um casamento de conveniência com uma mulher que morreu no parto. A partir daí e em plena ordem moral napoleónica, viveu abertamente a sua homossexualidade com o dramaturgo Théodore Leclerc, que o acompanhava sempre e que cuidava do seu filho. Quando Fiévée se torna prefeito de Nièvre, os dois homens recebem juntos os munícipes nos salões da Câmara, e Napoleão recebe-os oficialmente nos salões da Restauração. Estão ambos enterrados na mesma campa no cemitério Père-Lachaise, em Paris.
Ler mais