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Sinais de Fogo

Jorge de Sena

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Sinopse

Sinais de Fogo merece o título de «grande livro» mais ainda do que de «grande romance». Jorge de Sena, já notável poeta nos anos 40, não teria podido então descrever com a acuidade rara com que o faz em Sinais de Fogo o labirinto amoroso, espaço de fúria, de êxtase, mas sobretudo de busca do que não se encontra, ou encontrado soçobra no dilaceramento, antes de se ter convertido no homem de experiência longamente amadurecida pelos anos e pela imersão no imaginário romanesco do Ocidente que lhe foi familiar como a ninguém mais da sua geração.

Eduardo Lourenço

Publicada após a morte do autor, Sinais de Fogo é a obra mais conhecida de Jorge de Sena e um dos romances maiores do século XX português.

De Lisboa à Figueira da Foz, Jorge, estudante de boas famílias, relembra as histórias do seu vertiginoso Verão de 1936: seduziu a criada, frequentou bordéis, foi masturbado num eléctrico… Estes e muitos outros episódios, tratados com vivíssima emoção por Jorge de Sena, dão-nos também um retrato de Portugal nos anos 30, em pleno Estado Novo, a Guerra Civil a incendiar a vizinha Espanha. Um romance em que se revela, com audácia, a irrupção da sexualidade, o choque da homossexualidade, a surpresa da libertinagem e, sobretudo. esse momento sublime que é a descoberta íntima, visceral e transformadora da poesia.


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Autor

Jorge de Sena

Jorge de Sena nasce em Lisboa, a 2 de Novembro de 1919. Filho único, torna-se aos catorze anos o único sustento da família quando o pai, comandante da marinha mercante, sofre um acidente de trabalho que lhe custa a amputação de uma perna. Ingressa, em 1937, na Escola Naval, mas é expulso no ano seguinte, após uma viagem no navio-escola Sagres, como primeiro cadete. Porém, a experiência na Armada, à época da Guerra Civil de Espanha, e do crescimento do Estado Novo em Portugal, deixa marcas que viria a transpor para a sua obra. É o caso dos contos «Duas Medalhas Imperiais com Atlântico» [Andanças do Demónio, 1966], e «A Grã-Canária» [Os Grão-Capitães, 1976].

Acaba por seguir estudos em Engenharia Civil, curso que termina em 1944, no Porto. Já dera, porém, os primeiros passos na poesia, publicando o seu primeiro livro de poemas, Perseguição, em 1942, editado pelos Cadernos de Poesia. Em 1949, casa com Mécia de Freitas Leça, altura em que acumula as tarefas de engenheiro civil na Junta Autónoma de Estradas com as de tradutor, director-literário e revisor.

Em 1959, na sequência do seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado, a 11 de Março, procura exílio no Brasil, onde lecciona primeiro Teoria da Literatura, e depois Literatura Portuguesa. Aí obtém o diploma em livre-docência, para o qual se naturaliza brasileiro, em 1963, e o doutoramento em Letras. São anos de grande produção para Jorge de Sena; investiga sobre o Maneirismo de Luís de Camões, estuda Fernando Pessoa, escreve peças de teatro e as obras Metamorfoses e Andanças do Demónio, onde se inclui inicialmente O Físico Prodigioso. Inicia a redacção de Sinais de Fogo.

O golpe militar no Brasil, em 1964, leva-o em busca de uma oportunidade para abandonar a instável situação política brasileira. Parte para os Estados Unidos em 1965, com Mécia de Sena e os nove filhos de ambos.

Jorge de Sena exerce nos Estados Unidos o cargo de professor catedrático do Departamento de Espanhol e Português, primeiro no Wisconsin, e mais tarde em Santa Barbara, na Califórnia, onde se manterá até ao fim da vida, a 4 de Junho de 1978.

Dizer que Jorge de Sena nos deixou uma obra de fôlego é, além de um cliché, dizer pouco. O Sena poeta legou-nos mais de vinte colectâneas de poesia; o Sena dramaturgo deixou-nos uma dezena de peças de teatro; na ficção, escreveu um romance autobiográfico e mais de trinta contos; o Sena professor, investigador e crítico deixou-nos cerca de quarenta volumes dedicados à crítica, ao ensaio, à história e teoria literária, ao teatro, ao cinema e às artes plásticas. Jorge de Sena foi ainda conferencista; director de publicações; coordenador editorial; consultor literário; e nos intervalos desta extensa produção, correspondeu-se com muitos outros escritores e intelectuais, deixando um importante legado epistolográfico.

O Sena tradutor confiou-nos as brilhantes traduções de ficção de autores como Faulkner, Hemingway, Graham Greene, Chestov, Erskine Caldwell, Evelyn Waugh, Eugene O’Neill ou André Malraux. E ainda duas grandes antologias de poesia universal, que editaremos brevemente na Maldoror, uma antologia da poesia de Emily Dickinson, e esta antologia da poesia de Cavafy, que Marguerite Yourcenar, também ela tradutora do poeta, considerava a mais perfeita de todas as traduções da poesia do grego de Alexandria.

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