
Detalhes do Produto
Sinopse
Depois da margem fica o abismo para onde corremos ou onde correjá a água que nos afogará depois da queda. Os sucessivos capítulos de que esta exposição se compõe deixam-nos à beira de vários perigos e abrem-nos o caminho para o precipício dos sentidos, se o quisermos tomar: entre o corpo e a queda, entre o olhar e a cegueira. Pedro Calapez encontra o título
da sua exposição, «Perto da Margem», nas palavras de uma canção dos Yes, «Close to the Edge», que cita nas suas notas de trabalho: «Down at the end, round by the corner / Close to the edge, just by a river / Seasons will pass you by / I get up, I get down / Now that it’s all over and done, / Now that you find, now that you’re whole».
Não há excesso literário nem dramatização estética na associação suicidária que aqui enunciamos. A delicadeza e a elegância, a monumentalidade e o
luxo são, na obra de Calapez, o cenário da mal disfarçada eradical angústia revelada nas múltiplas direcções do seu intenso trabalho: como se vê?
o que fica do que se vê? ou seja, o que fica do que se vive? porque estamos rodeados de ruínas? até onde devemos arriscar-nos seguir? o que podemos dizer aos outros de nós mesmos? como entender e fazer entender o enigma que sabemos escondido nas coisas?
[João Pinharanda]
Ler mais