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Sinopse

O Vampiro Passivo é uma singular proposta em prosa de libertação da condição edipiana através de um processo de cabala literária onde um jogo sacrílego de desejos e vozes dissonantes são chamadas à liça de um mundo "onde tudo deve ser reinventado".

Publicada originalmente nas Éditions de l'Oubli em 1945 (Bucareste), Le Vampire Passif é, por um lado, um eco do Primeiro Manifesto não-edipiano de Ghérasim Luca, hoje desaparecido, expressão reveladora de uma literatura revolucionária que persegue a "constelação espectral da superação humana"; e, por outro, traduz a busca fantasmática por Déline (o ente amado), no ténue limiar entre biografia e literatura, no limbo confessional do amor-ódio. A magia da prosa poética e a volúpia estilística - onde ressoa tanto a entrega magmática de Breton a Nadja quanto o voraz sussurro de Lautréamont - imprimem ao surreal fio narrativo uma tensão que entrelaça o leitor entre a sedução e a angústia.

Em suma, um texto refractário a classificações óbvias: o delírio como must surrealista mistura-se com a precisão científica e a dissecação de acontecimentos; a psicanálise como método literário é incapaz de superar a força imagética da psicose; a proposta do jogo de "Objectos Objectivamente Oferecidos", variante da função simbólica dos objetos em Salvador Dalí, no prólogo da obra, infesta de erotismo a troca libidinal e mística entre jogadores-personagens e objetos, jogo inusitadamente ilustrado ao leitor com o registo fotográfico dos objetos oferecidos.

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Autor

Ghérasim Luca

Ghérasim Luca nasceu em Bucareste (1913).

Viveu como apátrida em Paris a partir de 1952. 
Foi artista, performer e poeta, próximo do movimento surrealista que depois abandona. Criou desenhos e colagens, poemas e outros textos, performances vocais e objectos híbridos (como os seus ‘cubomanies’, técnica por si inventada). 

Nos seus livros-objecto participaram artistas como Jacques Hérold, Max Ernst e Piotr Kowalski. Colaborou com inúmeros escritores ou artistas, de quem foi amigo, entre eles Paul Celan, Gisèle Celan-Lestrange e Victor Brauner.

A partir dos anos 70, autores como Gilles Deleuze e Félix Guattari sublinham o sentido radical do trabalho poético de Luca ao explorar a linguagem até aos seus limites e compor “na sua língua uma língua estrangeira” (Deleuze, ‘Bégaya-t-il’, 1993).

Cometeu suicídio em 1994, atirando-se ao rio Sena.

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