Sinopse
Catálogo publicado por ocasião da exposição retrospectiva «Pedro Chorão. O que Diz a
Pintura», com curadoria de José-Luís Porfírio, realizada no Torreão Nascente da Cordoaria
Nacional, Lisboa, de 12 de Novembro de 2016 a 19 de Fevereiro de 2017, e na galeria de
exposições da Fundação Carmona e Costa, Lisboa, de 23 de Novembro de 2016 a 7 de Janeiro
de 2017.
os quadros de Pedro Chorão são feitos de um quase nada, os mais feitos, em meu entender.
O que é, logo, o mais difícil para um pintor, e ainda mais de reparar, se não é isso
apenas um assomo hábil, mais precisamente um despojar-se, um significar-se sem ênfase,
saber que o muito se reduz ao tamanho da sua verdade na perseguição que se faça ao
encontro do essencial.
[Fernando de Azevedo]
O gesto solto, a tinta líquida, a cor seca, a escrita à flor da luz, signos, colagens e
afloramentos figurativos - eis alguns dados caracterizadores da Pintura de Pedro Chorão,
agora, ontem, talvez amanhã.
[Rocha de Sousa]
Vale a pena olhar estes quadros e revê-los também, deixar que o tempo participe, sem
pressas, na nossa percepção deles, ir entendendo a vida oculta que se passa sob a
superfície aparentemente calma, vale a pena senti-los vibrar com as diferenças de luz.
Nesse tempo de olhar e perceber chegará também o tempo de entendermos a persistência do
pintor na sua pintura: não um modo de vida, mas um modo de Ser.
[José-Luís Porfírio]