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O Plantador de Malata

Joseph Conrad

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Sinopse

Pode parecer inesperado um «amor louco» no mundo de histórias masculinas que foram centro na vocação literária de Joseph Conrad. Este escritor, inspirado sobretudo pelo mar, pelos seus homens, pelas suas lutas contra os maus humores do oceano, poucas vezes escolheu mulheres como centro das suas imaginações de ficcionista. Podemos lembrar-nos de Amy Foster, que até ficou no título de uma das suas novelas; da Freya que andava por sete ilhas; ou mesmo dessa desencantada mulher de Alvan Hervey, sem direito a nome, que só viu no «regresso» a solução para o irremediável tédio do seu matrimónio. Estas e algumas outras são evidências de uma personagem feminina destituída de um qualquer papel de vida ou morte num enlouquecido amor e que deslocam para um lugar de excepção o que nos é contado em O Plantador de Malata, onde encontramos a sua personagem central transtornada por um irremediável amor; onde não vemos nesse sentimento a bivalência mortal que é destino no Romeu e na Julieta, no Tristão e na sua Isolda, mas uma Miss Moorsom que se desfaz perante o seu apaixonado em irremediáveis e inatingíveis distâncias.

O próprio Conrad, que se casou em 1896 com a inglesa Jessie George e lhe deu um matrimónio com dois filhos gerados nos descansos breves de lar tradicional permitidos por longos períodos marítimos, teve uma vida de sentimentos amorosos pouco frequentada. Descobrem no entanto os seus biógrafos que oito anos antes deste casamento viveu ele próprio um grande desconforto sentimental; o que está na base — excitado literariamente até ao paroxismo — da história contada em O Plantador de Malata.

[Aníbal Fernandes]

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Autor

Joseph Conrad

Joseph Conrad nasceu na Ucrânia a 3 de dezembro de 1857, filho de pais polacos, exilados devido a atividades políticas. Conrad ficou órfão de pai aos onze anos, tendo sido deixado ao cuidado de um tio materno que exerceu grande influência sobre ele. A partir de 1874, Conrad, então a viver em Marselha, iniciou a sua aprendizagem como marinheiro, tendo ingressado na Marinha Mercante Britânica e adotado a nacionalidade inglesa em 1886. Depois de publicado o seu primeiro romance, Almayer’s Folly, em 1895, Conrad abandonou a vida de marinheiro. Embora os livros sobre temas marítimos sejam numerosos e exista a tendência para o imaginar sempre a bordo de um veleiro, a verdade é que passou os últimos trinta anos da sua vida em terra, numa sedentária vida de escritor, no condado de Kent. Conrad era conhecido por dois aspetos contraditórios do seu caráter. Era ao mesmo tempo irritável e amável. Todos os que o conheceram afirmavam também que era um homem de grande ironia. Usava monóculo, não gostava de poesia, exceto dos versos do seu amigo Arthur Symons e talvez de Keats. Detestava Dostoievski por ser russo e escrever romances que lhe pareciam confusos. Era um grande leitor, sendo Flaubert e Maupassant os seus autores favoritos. Durantes muitos anos, Conrad atravessou dificuldades financeiras e sentiu a incompreensão dos críticos e a indiferença dos leitores. O livro que o tornou conhecido foi Chance, publicado em 1913. Nos dez anos que se seguiram tornou-se um dos mais reconhecidos autores de língua inglesa. Conrad casou-se aos 38 anos, nunca deixando de oferecer um presente à sua mulher cada vez que acabava um dos seus livros. Morreu subitamente a 3 de agosto de 1924, na sua casa em Kent, na Grã-Bretanha. Sentira-se mal no dia anterior, mas nada deixava adivinhar a iminência da morte.

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