Aquele que não fechava os olhos, senhor taciturno e por todos odiado, era afinal um homem sobre quem tinha recaído uma maldição antiga.
Óscar Mendonça, tira-dentes de profissão, severo com os seus e de coração dado às artes, ouvira com sofrimento a causa da morte de seu pai, vitimado por um incêndio que consumiu o palacete onde vivia.
Aquilo que assombrava esta família, nos finais do século XIX, não era um fantasma comum, mas sim a presença vingativa de um animal mítico e intuitivo, elegante e impulsivo: o gato.
De geração em geração, enquanto não se via expugnado um crime antigo contra a misteriosa raça, a família Mendonça sofria estranhos incidentes que se fixavam no carácter de Óscar, mas este homem que vivia remoendo angústias inconfessas reconciliou-se, enfim, com a filha que mantinha presa num Hospício, e foi pelas mãos da jovem que a maldição ancestral se levantou da família.
Ele conseguiu finalmente fechar os olhos.
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Clementina Matos
Clementina Rosa Pires de Matos é natural de Guimarães, onde passou a sua infância e adolescência.
Adquiriu o Diploma Superior de Língua e Civilização Francesa na Escola Internacional «Alliance Française», em Paris.
Frequentou a Universidade de Paris «La Sorbonne», adquirindo aí o Certificado de Língua e Civilização Francesa.
Licenciou-se, posteriormente, em Línguas e Literaturas Modernas, Português e Francês, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Obteve, seguidamente, a sua profissionalização para o ensino, com o diploma de Qualificação em Ciências da Educação, pela Universidade Aberta de Lisboa. Mais recentemente, obteve um diploma de Formação em Bibliotecas Escolares, passado pela Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, no Porto.
Pertenceu aos quadros das escolas Rocha Peixoto e Eça de Queirós, lecionando as disciplinas de Português e de Francês. Mudou-se para o Porto, no ano letivo de 2006/2007, para lecionar na Escola Secundária Garcia de Orta, onde permaneceu durante três anos. É, atualmente a responsável pela Biblioteca da Escola Profissional Infante D. Henrique, a cujo quadro pertence. Participou duas vezes em concursos nacionais, tendo ganho os prémios «Dar Voz à Poesia», em Ovar, no ano de 2006, e «Abraços de Terra e Rio» em Salvaterra de Magos, no ano de 2015.
Ainda em 2015, publicou um livro de Poesia, "Os Amantes de Janeiro" e o conto "A Letra E", narrativa inspirada em factos vivenciados pela autora no seio de uma família nortenha, em meados do século XX.
Participou em coletâneas diversas, com contos, ensaios e poesias. Em 2017, publicou o romance "Piedade, Paixão em Gondramaz" (baseado em factos da vida real) - Modocromia Edições.
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