Este livro descreve, de uma forma romanceada, o quotidiano de alguns antepassados do autor, desenvolvido durante a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, passando por locais que vão desde Borba a Lisboa, passando pela Batalha, por Oliveira de Azeméis e por S. Brissos.

Algumas das personagens centrais são de nacionalidade Inglesa e as outras, Portuguesas, de Oliveira de Azeméis.

Este quotidiano, descrito no livro, baseia-se em vários acontecimentos e em pessoas e datas reais, e tem por cenário o modo de vida, as transformações industriais bem como a história político-social do período agitado em que decorre, tentando, no entanto, evitar-se que o fundo cubra o primeiro plano.

Dividido em quatro partes, o livro, em cada uma delas, incide sobre um local diferente ou sobre um acontecimento de relevo no quotidiano da família.

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O dia estava ensolarado em Lisboa, naquele sábado, dia 25 de Novembro do ano de 1858. Fazia frio e o céu apresentava-se de um azul muito intenso e bonito, o azul Lisboa, como Thomas nunca tinha visto na sua Londres acinzentada. O barco atracara frente a uma Lisboa de casas brancas, também ausentes da sua Londres, de casas cor de tijolo. Tudo lhe parecia diferente. Só as gaivotas que cruzavam, em bandos, o azul do céu, não lhe eram desconhecidas. Thomas sentia-se maravilhado. Parara junto à amurada do navio olhando para todo aquele casario que descia as colinas até aos sopés e se prolongava, depois, até ao rio. Como era diferente da Londres, tão plana e monótona! Tinha-se esquecido de tudo, até que um conterrâneo seu, mal encarado, lhe gritou para andar e não entupir o caminho para as escadas de saída do “Alhambra”, assim se chamava o vapor da Peninsular Steam Navigation Company que partiu de Southampton. Thomas retomou então a marcha em direcção às escadas de saída. Um representante da empresa mineira inglesa aguardava-o no cais.