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Sinopse
Adonay Bermúdez: «[…] a obra de Nuno Nunes-Ferreira põe em causa o que é socialmente conhecido como identidade portuguesa — se é que as identidades nacionais fazem hoje sentido —, bem como o patriotismo exercido a partir da obediência.»
[…] o trabalho artístico, visto como transformador e revelador de uma dada realidade, que utiliza um arquivo-morto como ferramenta, passa a ser uma memória-viva dessa mesma realidade que quer apresentar. Acrescentando que o arquivo do artista é sempre uma recolha seletiva, privilegiada e hierarquizada, porque ativamente procura documentos que lhe interessam, pode referir-se que existe sempre um ponto de vista fragmentado e engajado, e não totalitário nem sistémico. As obras de arte e o discurso artístico não fixam a história, mas têm um entendimento dinâmico que apresenta um movimento de memória geracional de ambas as direções: de pai para filho e vice-versa. Esta transmissão de sentimento e de conhecimento revela que a realidade é uma construção do presente e que a história, através de uma lente artística, não se congela no seu passado, mas encontra-se na capacidade de refletir publicamente sobre a sua visão íntima e pessoal.
[Hugo Dinis]
Utilizando a ironia e os duplos sentidos como veículos comunicativos, Nuno Nunes-Ferreira apresenta parte do arquivo pessoal com que trabalha há anos, um compêndio de documentos e objetos com os quais pretende enriquecer os pontos de vista de um determinado acontecimento histórico.
Nada pela Nação envolve uma confluência de elementos e indagações com as quais o artista defende que reconfigurar a história não significa mudar uma posição ou um lado por outro, mas sim interligar memórias, gerar questionamentos e preencher lacunas. Embora, na verdade, talvez o correto não seria falar em reconfiguração histórica, mas em maximização histórica, pois em geral se entende a adição, e não a subtração, de acontecimentos, pensamentos e sentimentos. Além disso, Nada pela Nação são gestos, símbolos, piscadelas, humor, linguagem, movimentos sociais, história e, sobretudo, memória, aquilo que enriquece e emancipa o cidadão.
[Adonay Bermúdez]
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