O inconsciente, fundamento da psicanálise e sonho do Romantismo, embora fobia de behavoristas, transporta-nos para uma nova dimensão, mais oculta e perigosa, mas também destruidora dos narcisismos humanos e expansora dos limites da imaginação. Seja ele uma inteligência oculta ou uma rede de reflexos insensíveis e mecânicos, uma coisa é certa: o inconsciente provou ser um dos conceitos mais fortes e prevalecentes na psicologia. Sobreviveu a séculos de cepticismo, críticas e mesmo escândalos bizarros, para se estabelecer firmemente no centro das neurociências contemporâneas. Ao invés de ser destronado pelas novas tecnologias (computador e análises tomográficas), utilizou-as para renascer com uma nova dinâmica e um maior relevo na explicação dos comportamentos humanos. O inconsciente é algo sem a qual não podemos funcionar adequadamente, mesmo que o ignoremos e releguemos para o fundo da consciência, onde ele reina com mestria. Nesta obra, o leitor irá descobrir como o inconsciente foi definido e explorado, defendido e repudiado, ao longo dos séculos, pelos cientistas e pelos psicólogos, até se compreender que duma forma ou doutra é um conceito actual e uma realidade humana fundamental.