João de Deus nasceu na pequena aldeia de São Bartolomeu de Messines, no Barrocal algarvio, em 1830. Atingiu, ainda em vida, uma popularidade nacional e internacional, como raros até hoje. Nada fez por isso. Considerado, durante o século XIX, o maior poeta do amor na Europa. A sua obra lírica e satírica conheceu infinitas edições e mantém-se viva. O seu edifício pedagógico, centrado no método inovador para aprendizagem das primeiras letras, a Cartilha Maternal, contribuiu para retirar do analfabetismo centenas de milhares de crianças e adultos. Prolonga-se ainda vivaz pelo século XXI.

Já no final da vida, em 1895, foi alvo de uma das maiores homenagens que a nação prestou aos mais estimados dos seus. O aluno da Universidade de Coimbra, que concluiu o curso de Direito em dez anos, muito contribuiu para a sua aura universal de estudante boémio. Revelou-se um cidadão exemplar. Tolerante, inteligente, dócil, generoso, foi avesso à vaidade do mundo e a todas as formas de violência. O sentido de humor e os seus talentos multifacetados continuam a inspirar gerações de portugueses.