No livro Há um estranho em mim os poemas exprimem, de uma forma sublime, as emoções das memórias de amores vividos ou imaginados pela autora, mas também dos espaços e caminhos que trilhou, experimentando neles um despertar renovado de sensações que só o poder encantatório das palavras tem o dom de provocar. Estamos, assim, perante uma poesia inspirada e inspiradora, uma poesia em busca de um espaço nas frinchas da alma, entre o coração, a mente e a razão. Intranquila, por isso. Desse modo se mostra como a poesia não pode esgotar-se nos versos, ou seja, nas palavras, antes abrange um intenso e desassossegado modo de ser e de estar na vida. Ou não fossem as palavras apenas coisas, condição que só ultrapassam quando nelas se projeta sentimento. Sentimento de quem escreve e sentimento de quem lê ou ouve. Daí que a beleza da poesia, como de toda a obra de arte, esteja também dentro de quem dela usufrui. Particularmente, sinto-me tocado e emocionado com a poesia de Luísa Proença, especialmente a poesia deste livro, que subscreve com o pseudónimo de Maria Araújo.

Alexandre Parafita, escritor