Detalhes do Produto
- Editora: 7 Nós
- Categorias:
- Ano: 2011
- ISBN: 9789898306050
- Número de páginas: 112
- Capa: Brochada
Sinopse
«Como é que é o herói Ferdydurke? Interiormente é apenas fermento, caos, imaturidade. Para se manifestar exteriormente, e sobretudo face aos outros homens, é que ele tem necessidade da forma (
) mas esta forma limita-o, viola-o, deforma-o.»
O herói é Jozio, que acaba de fazer trinta anos e é raptado pelo seu ex-professor para voltar ao liceu. Condenado a sentar-se nas carteiras de uma sala de aulas, rodeado de adolescentes e de um mestre antigo-regime, a sanidade do protagonista passa a enfrentar uma permanente ameaça, forçado pelo absurdo das circunstâncias. A sua resposta face rs pressoes deformantes da vida quotidiana, atreitas a fabricar inteligencias, doutrinas, obras-de-arte, ciencia, morais e responsabilidades de etiqueta social, é a chacota, a imaturidade, o disparate, o grotesco, a embirraçao, a inteligencia trágica de tudo pôr em causa. Ou, entao, a simples careta, máscara que se pespega para onde quer que o protagonista se vire, máscara em constante formaçao-deformaçao que desanca nos ideais, no romantismo dos ideais e no ideal do nao-romantismo, macaqueia da linguística, puxa as ceroulas r crítica e r análise, um anti-romance cheio de escárnio tenaz contra a saloiada da "nomenclatura" literária e académica e que troça das formas humanas, da maturidade dos eternos e respeitáveis valores da civilizaçao, um livro perfeito de imperfeiçoes que espatifa a postura da razao de estado da cultura.
Nas palavras de outro grande escritor polaco, Bruno Schulz, "Gombrowicz mostra que quando nao somos maduros mas da ralé, escória fazendo-se r vida numa tentativa de nos expressarmos e lidamos apenas com a nossa baixeza, estamos mais perto da verdade do que quando somos nobres, sublimes, maduros e definitivos. [...] Todas as formas do homem, os seus gestos e as suas máscaras encobriram o ser humano, entranharam uma negaçao da miserável, nua e crua condiçao humana, e Gombrowicz reivindica-a, adopta-a, reclama o seu regresso de um longo exílio, a partir de uma antiquíssima diáspora. (
)
Demonologista da cultura, um obstinado cao de caça da mentira cultural
Uma obra-prima do Modernismo europeu que os acasos da História deixaram na penumbra durante décadas, José Riço Direitinho in Público
Ler Ferdydurke é atravessar os territórios mais grandiosos da história da literatura europeia, António Guerreiro in Expresso