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Sinopse

"Este livro de pinturas de José Manuel Castanheira sobre os fragmentos do Fausto de Pessoa que melhor apontavam os segredos e os anseios da obra do nosso poeta maior, abre com um texto de Yvette Centeno sobre o mito de Fausto a partir de Goethe e de Fernando Pessoa e sobre a obra de Castanheira.

O mito de Fausto foi ampliado com Goethe muito para lá da tentação do poder da Magia e da perseguição do Belo, oferecendo à nossa reflexão um poder maior, o da Livre Escolha entre o Bem e o Mal, e o da transformação do mundo pela crença no valor do Trabalho, no Serviço dos outros; já na segunda parte da tragédia, onde está cego e Mefisto espera vir a roubar-lhe a alma. 

Se nas primeiras formas, nos primeiros momentos, tudo se centra no egoísmo do desejo, na segunda parte da tragédia Goethe, bebendo nos ideais do século XVIII de Liberdade, Igualdade e Fraternidade que adoptou como maçon, orienta o seu pensamento para uma esfera em que Mefisto, o demónio tentador, não poderá penetrar. E assim se salva o herói, e é Deus, que no seu alto trono ganha afinal a aposta, feita no homem e nessa qualidade só dele de querer sempre mais, numa luta incessante pelo Conhecimento.

É por aqui que seguirá Fernando Pessoa, o poeta da interrogação e busca permanentes. Mas na inquietação de Pessoa há mais do que isso. Um Fausto que é seu alter-ego, e cuja busca assumirá outras formas, outros nomes (os múltiplos heterónimos) dos quais terá sempre consciência, enquanto a de si próprio se esvai. 

Entre os papéis que se encontravam na famosa arca, e que tanto trabalho deram a alguns estudiosos que organizaram e decifraram uma letra por vezes muito difícil, há um conjunto que nos interessa especialmente, para este caso do Fausto: ”O conjunto do drama representa a luta entre a Inteligência e a Vida em que a inteligência é sempre vencida. A Inteligência é representada por Fausto e a Vida diversamente...” (Teresa Sobral Cunha)"


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Autor

José Manuel Castanheira

José Manuel Castanheira Arquitecto, Cenógrafo e Pintor. Natural de Castelo Branco. O imaginário da Beira Baixa e da sua cidade natal, tem uma presença marcante no quotidiano da sua obra. Doutorado em Cenografia e Arquitectura pela Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa onde é professor desde 1982. Realizou a sua primeira cenografia em 1973. Desde então desenvolve intensa actividade no teatro contando com mais de 300 cenografias realizadas em 15 países. Exposições antológicas da sua obra foram apresentadas na Fundação Calouste Gulbenkian, Centre Georges Pompidou – Paris, Festival Internacional de Almada, Museu Extremeño Ibero Americano Arte Contemporânea – Espanha, CAE (Figueira da Foz). Em 1995 integra o júri mundial da Quadrienal de Cenografia e Arquitectura de Praga. Dirigiu estágios e seminários em Universidades e outras Instituições em Portugal, Espanha, Brasil, Bélgica, França, República Checa, Croácia, Grécia, Itália, Cuba, México e Suiça. Em 2017 integra os júris de doutoramentos da Universidade Sorbonne Nouvelle/Paris. Eleito membro da Real Academia de Belas Artes de Espanha (2010) e da Academia de Artes Cénicas de Espanha (2019). É o coordenador para a Europa do projecto TELA-Teatros da América Latina (OISTAT-UNESCO). Em 2019 a convite dos prémio Pritzker de Arquitectura RCR/ Barcelona integra o Open Summer Workshop. Na Cenografia de Exposições concebeu dispositivos para exposições como: Fábulas La Fontaine/F. Gulbenkian/1994, Pavilhão de Portugal/ Expo98, Peregrinação-O Voo da Cegonha/Expo98, Anti-galeria/ARCO, Madrid/2001, É proibido proibir!/MUDE, Lisboa/2009 e Um homem chamado Romeu Correia, Museu Cidade Almada/2017. Em 2002 faz a cenografia para o filme Vai e Vem de João César Monteiro. Na Arquitectura Teatral fez o projecto de reabilitação do Teatro Gregório Mascarenhas (Silves), foi consultor para a construção dos Auditórios da Culturgest/CGD(Lisboa) e coordena actualmente o projecto de reabilitação do Cine Gardunha (Fundão). É autor dos livros: Castanheira-Cenografia, Desenhar Nuvens, Viriato Rey, O Tempo das Cerejas, Frei Luís de Sousa, Fausto/ Pessoa, Reinar Después de Morir, Panoramas Imaginários e coautor de Catorze Histórias Incríveis ou o Fabuloso Imaginário das Lendas da Beira Baixa (com Fernando Paulouro) e Viagem a Itália (com Pedro Castanheira).

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