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Detalhes do Produto

Sinopse

Poemas de Mário Cesariny e Adolfo Luxúria Canibal ditos por este último, numa edição em parceria com a Fundação Cupertino de Miranda, onde Adolfo Luxúria Canibal interpreta três poemas seus e cinco poemas de Mário Cesariny, acompanhado musicalmente por António Rafael (pianos, teclados e programações), Henrique Fernandes (contrabaixo eléctrico) e Jorge Coelho (guitarra eléctrica).
Esta edição é enriquecida com fotografias de Nuno Moreira, bem como pela reprodução de algumas obras de Mário Cesariny, nomeadamente duas sismofiguras de 1948.

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Autor(es)

Adolfo Luxúria Canibal

Adolfo Luxúria Canibal é o pseudónimo de Adolfo Morais de Macedo. Licenciado em Direito pela Universidade de Lisboa, foi advogado e é consultor jurídico. Fundador do grupo rock Mão Morta, de que é vocalista e letrista, criou espetáculos de spoken word, em nome próprio ou como Estilhaços, e integrou o coletivo de música eletrónica Mécanosphère, tendo mais de três dezenas de discos editados, e outros tantos como convidado de artistas nacionais e estrangeiros, na qualidade de vocalista ou letrista. Dinamizou espetáculos de comunidade, como os musicais Então Ficamos… ou Chão, e concebeu performances várias, com destaque para a neuro-áudio-visual Câmara Neuronal, realizada a partir dos sinais elétricos emitidos pelo cérebro, ou a da instalação The Wall of Pleasure, inaugurada na Rooster Gallery em Nova Iorque. Participou como ator na série para televisão O Dragão de Fumo e em algumas curtas-metragens ou em peças de teatro como Eis o Homem!, da companhia Mundo Razoável. Concebeu ainda com João Onofre o filme de videoarte S/título (¿¿¿ ¿¿¿¿¿), para o festival Curtas de Vila do Conde, e com Inês Jacques o espetáculo de dança No Fim Era o Frio, para o festival Guidance. Publicou, entre outros, os livros Rock & Roll, Estilhaços, Todas as Ruas do Mundo, Garatujos do Minho e o livro-objeto Desenho Diacrónico, com Fernando Lemos.

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Mário Cesariny

Poeta, autor dramático, crítico, ensaísta, tradutor e artista plástico português, nasceu a 9 de agosto de 1923, em Lisboa, e morreu a 26 de novembro de 2006, também naquela cidade.

Depois de ter estudado no Liceu Gil Vicente, entrou para Arquitetura da Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, onde frequentou o primeiro ano, e mudou depois para a Escola de Artes Decorativas António Arroio. Depois de ter frequentado esta escola, prosseguiu estudos de belas-artes em Paris, tendo, ainda, estudado música com o compositor Fernando Lopes Graça.

Figura maior do surrealismo português, a influência que viria a exercer sobre as gerações poéticas reveladas nas décadas posteriores aos anos 50, período durante o qual publicou alguns dos seus títulos mais significativos, ainda não foi suficientemente avaliada. Promoveu a técnica conhecida por "cadáver esquisito", que consistia na elaboração de uma obra por um grupo de pessoas, num processo em cadeia criativa, na qual cada uma dava seguimento à criatividade da anterior, resultando numa espécie de colagem de palavras, a partir apenas de um acordo inicial quanto à estrutura frásica.

Colaborou em várias publicações periódicas como Jornal de Letras e Artes e Cadernos do Meio-Dia, entre outras. Começou por se interessar pelo movimento neorealista - ainda que essa breve incursão não tenha ultrapassado mais que uma postura irónica e paródica, firmada em Nicolau Cansado Escritor - para, em 1947, regressado de Paris, onde frequentou a Academia de La Grande Chaumière e onde conheceu André Breton, fundar o movimento surrealista português.

A sua postura polémica na defesa de um surrealismo autêntico levou-o, porém, a deixar o grupo no ano seguinte, para criar, com Pedro Oom e António Maria Lisboa, o grupo surrealista dissidente.

Como um dos principais críticos e teóricos do movimento surrealista, manteve ao longo da sua carreira inúmeras polémicas literárias, quer contra os detratores do surrealismo quer contra os que, na prática literária, o desvirtuavam.

A sua obra poética começou por refletir, em Corpo Visível ou Discurso Sobre a Reabilitação do Real Quotidiano, o gosto pela observação irónica da realidade urbana que, fazendo-se eco de Cesário Verde, constitui ainda uma fase pouco significativa relativamente a volumes próximos da prática surrealista como Manual de Prestidigitação. Aí, a mordacidade e o absurdo, o recurso ao insólito, aliados a uma discursividade que raramente envereda por um nonsense radical, como ocorre na obra de António Maria Lisboa, permitem estabelecer, como nenhum outro autor da década de 50, um ponto de equilíbrio entre o primeiro modernismo e a revolução surrealista.

No domínio do teatro, em Um Auto Para Jerusalém, pastiche de um conto de Luís Pacheco, revela a influência de Pirandello ou da prática teatral de Alfred Jarry. No fim da década de 60 e início de 70, Mário de Cesariny encetou um trabalho de reposição da verdade histórica do movimento surrealista, coligindo os seus manifestos, editando a obra poética inédita de alguns dos seus representantes, e dando ao prelo textos seus datados do período de maior envolvimento com a teoria e prática do surrealismo, como 19 Projectos de Prémio Aldonso Ortigão seguidos de Poemas de Londres (1971), ou Primavera Autónoma das Estradas (1980) ou Titânia (1977).

Em 2005, recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, entregue pelo então Presidente da República, Jorge Sampaio, e, em novembro desse mesmo ano, foi galardoado com o Grande Prémio Vida Literária, uma homenagem à sua notável contribuição para a literatura portuguesa.

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