Com apenas 15 anos, o protagonista de Elogio da Ignorância tornou-se o mais jovem opositor à ditadura de Salazar. Desde Argel ajudou a dar corpo à emissão da rádio Voz da Liberdade, fintando a censura portuguesa e garantindo a informação livre a todos os compatriotas. Foi perseguido por traição à pátria e preso em 1973. Mais de quatro décadas depois regressou ao seu país, dedicando-se à educação de jovens adultos.

Percebendo nos seus alunos novas formas de resistência face à indiferença de um país que se esqueceu de o ser, o professor confronta-se com singulares tensões sociais. Através da ironia, num jogo de perguntas e respostas, opondo-se ao ensino da "verdade" como ferramenta de convencimento e manipulação, leva a debate temas como a loucura, a morte, o amor, as drogas, a inteligência, o trabalho, a liberdade, a democracia, as prisões, as memórias da guerra colonial ou, ainda, a creditocracia.

O professor acredita que sempre que alguém descobre qual é o verdadeiro propósito de sermos humanos, por que razão existimos, de imediato esse logos é diligentemente substituído por algo ainda mais bizarro e inexplicável. É desse modo que o autor acede a este misterioso relato, transformando-o numa audaciosa e instigante história para jovens adultos.