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Sinopse

“Licínia foi o nome que minha Mãe me deu. Se eu tivesse nascido rapaz, o nome teria sido a gosto de meu Pai. Foi fácil entre eles o comércio de nomes. O escolhido é um nome quase esdrúxulo, com uma quase vogal que se repete. Quase fácil, quase audível, o meu nome. É um nome antigo, já serviu a uma imperatriz, quase mandante, pois reza a história que foi filha e consorte de senhores. Também se diz que é nome de oliveira ou do seu fruto de casta cordovesa. O nome preso a mim, eu presa a ele, caminhamos, quase certos de nunca nos deixarmos, quase.”

Licínia Quitério (do texto de apresentação)

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“Falámos de amigos, de amigos de amigos, com quem não voltámos a estar. Passaram a viver longe, os amigos, num lugar que dantes era perto. Alguns morreram. Hoje em dia morre-se muito, porque se é velho, porque se é frágil, porque não se teve cuidado, porque sim. A morte e a vida parecem entender-se bem, nada como dantes, ou nós não tínhamos pensado nisso. Houve livros entre as nossas mãos, não recusámos o tráfico. Era o que faltava que aqueles livros nos contaminassem, mas daí, quem sabe, há lá agentes mais contaminadores do que os livros. Os tiranos costumam queimá-los em tempos de outras pandemias e sabem porquê.”

(Excerto)

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Autor

Licínia Quitério

Licínia Quitério (n. 1940, Mafra), foi professora, tradutora, correspondente comercial. Tem editados sete livros de poesia: Da Memória dos Sentidos, De Pé sobre o Silêncio, Poemas do Tempo Breve, Os Sítios, O Livro dos Cansaços e, já com a chancela da Poética, Memória, Silêncio e Água e Travessia. Em prosa publicou quatro livros antes da presente obra: Disco Rígido, Disco Rígido-Volume II, Os Olhos de Aura e A Metade de um Homem (os dois últimos publicados pela Poética). Conta com participações em antologias diversas e revistas literárias e colabora no Jornal de Mafra online com uma crónica quinzenal.


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