A obra poética de João d’Alcor surpreende, a cada tomo publicado, pela sabedoria das palavras, pela originalidade e pelo estilo literário que preserva a tradição da poesia portuguesa.
As mensagens da sua temática são tão intensas, que por vezes permaneço a meditar nelas, por algum tempo, como se estivesse a puxar um fio que me eleva à verdade suprema, a nível de uma consciência superior.
Sendo que, por muitos anos, viveu este autor nas dependências de um moinho de vento, no ambiente lírico da Serra da Arrábida, apraz-me compará-lo, pelo misticismo da sua poesia, ao seu confrade franciscano Frei Agostinho da Cruz lídimo poeta de outrora. Residira este, também, em faldas da mesma serra, em que o mar e a terra fraternalmente se abraçam.
No Diário Diversificado de João d’Alcor, se patenteia o enlevo do estro em mensagens de teor ao mesmo tempo positivo, fraterno, sublime, perene e universal. A gratidão é o sentimento que adequadamente me ocorre, relativamente a este autor inspirado e inspirador, digno que é de ser apelidado o Pai dos Sonetilhos.

Exclamação // Oh Presença criadora, / Divo Sopro que vivifica, / Bênção santificadora, / cujo Autor, no Tudo fica. / Oh Presença divinal, / Fonte de infinito Amor, / dádiva incondicional, / deslumbrante é tal Penhor. / Oh Presença cujo Vigor / comunicas, dando alento, / és Amparo que Tudo sustém. / Oh Presença interior / faz de mim um instrumento / que irradie a Paz e o Bem.
João d’Alcor