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Contra toda a Esperança - Memórias

Nadejda Mandelstam

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Sinopse

O livro de memórias de Nadejda Mandelstam começa, ao jeito das narrativas épicas, in media res, com a frase: «Depois de dar uma bofetada a Aleksei Tolstói, O. M. regressou imediatamente a Moscovo.» Os 84 capítulos que se seguem são uma tentativa de responder a uma das perguntas mais pertinentes da história da literatura russa do século XX: por que razão foi preso Ossip Mandelstam na fatídica noite de 1 de Maio de 1934, pouco depois do seu regresso de Moscovo? O presente volume de memórias de Nadejda Mandelstam cobre, assim, um arco temporal que medeia entre a primeira detenção do marido e a sua morte, ou os rumores sobre ela, num campo de trânsito próximo de Vladivostok, algures no Inverno de 1938. Contra toda a Esperançaoferece um roteiro literário e biográfico dos últimos quatro anos de vida de um dos maiores poetas do século XX. Contudo, é mais do que uma narrativa memorialística ou biográfica, e a sua autora é mais do que a viúva mítica, que memorizou a obra proibida do poeta perseguido, conseguindo dessa forma preservar toda uma tradição literária. Na sua acusação devastadora ao sistema político soviético, a obra de Nadejda Mandelstam é apenas igualada por O Arquipélago Gulag. O seu método de composição singular, e a prosa desapaixonada com que a autora sonda o absurdo da existência humana, na esteira de Dostoievski ou de Platónov, fazem de Contra toda a Esperança uma das obras maiores da literatura russa do século XX.

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Autor

Nadejda Mandelstam

Nadejda Mandelstam (1899–1980) nasceu em Sarátov e passou a infância e juventude em Kiev. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Kiev, que cedo abandonou para se dedicar à pintura. Em 1919, conheceu Ossip Mandelstam, com quem casou em 1922, e de quem se tornou a primeira ouvinte, conselheira e crítica literária. Acompanhou o marido durante os três anos de exílio (1934–1937) a que fora sentenciado pelo seu epigrama sobre Estaline, e desde então consagraria a sua vida a uma missão: a preservação da obra de Mandelstam. Enquanto viúva de um «inimigo do povo», ficou impedida de viver nas grandes cidades da União Soviética até 1968. Em 1942, obteve um diploma em línguas estrangeiras pela Universidade de Tashkent, o que lhe permitiu trabalhar como professora de inglês em diferentes instituições das cidades provinciais. Em 1956, defendeu a sua tese de doutoramento em filologia inglesa. Nadejda Mandelstam lutou durante décadas para a reabilitação do nome e da obra do marido (o que aconteceria apenas em 1987), e na década de 1960 conseguiu enviar clandestinamente o arquivo do poeta para ser publicado no estrangeiro. Cumprida a sua missão, pôde, por fim, dedicar-se à escrita, produzindo, com este livro, uma das obras mais notáveis da literatura russa.

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