Nadejda Mandelstam

Nadejda Mandelstam (1899–1980) nasceu em Sarátov e passou a infância e juventude em Kiev. Ingressou na Faculdade de Direito da Universidade de Kiev, que cedo abandonou para se dedicar à pintura. Em 1919, conheceu Ossip Mandelstam, com quem casou em 1922, e de quem se tornou a primeira ouvinte, conselheira e crítica literária. Acompanhou o marido durante os três anos de exílio (1934–1937) a que fora sentenciado pelo seu epigrama sobre Estaline, e desde então consagraria a sua vida a uma missão: a preservação da obra de Mandelstam. Enquanto viúva de um «inimigo do povo», ficou impedida de viver nas grandes cidades da União Soviética até 1968. Em 1942, obteve um diploma em línguas estrangeiras pela Universidade de Tashkent, o que lhe permitiu trabalhar como professora de inglês em diferentes instituições das cidades provinciais. Em 1956, defendeu a sua tese de doutoramento em filologia inglesa. Nadejda Mandelstam lutou durante décadas para a reabilitação do nome e da obra do marido (o que aconteceria apenas em 1987), e na década de 1960 conseguiu enviar clandestinamente o arquivo do poeta para ser publicado no estrangeiro. Cumprida a sua missão, pôde, por fim, dedicar-se à escrita, produzindo, com este livro, uma das obras mais notáveis da literatura russa.


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