Detalhes do Produto
- Editora: Colibri
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- Ano: 2022
- ISBN: 9789895661633
- Número de páginas: 130
- Capa: Brochada
Sinopse
Segundo o dicionário, em teatro chama-se pano de fundo à tela situada ao fundo do palco e que funciona como complemento cenográfico. Ou seja, a tela diante da qual decorre toda a acção da peça e onde deambulam os actores e as actrizes, as diferentes personagens criadas e quaisquer outros intervenientes em cena. Em “Céu de Lisboa” a cidade é o pano de fundo de um conjunto de contos, de pequenas histórias, onde Lisboa surge de várias formas: mais real, mais irreal, mais ficcionada, mais fantasiada e mais irreconhecível. Por outras palavras, e mais que um pano de fundo ou cenário de teatro, Lisboa é sobretudo a motivação para uma escrita pessoal e talvez inquieta – a escrita de um dos seus habitantes e amantes.
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A minha imagem de um mártir real tropeçou, e ficou encalhada, nos desaires do infante D. Fernando, da dinastia de Avis, em Fez. Esse sim, era um mártir respeitável, aprisionado em batalha contra inimigos da fé, de espada na mão, e penando o resto dos seus dias na enxovia – palavra usada aqui como sinónimo de cárcere – em cativeiro norte-africano, nunca redimido, e acabando por morrer abandonado pela família e pela pátria, em 1443. Ignoro se, no seu caso, faria muito sentido a distinção – depois tornada corrente – entre família e pátria.
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