A vida do prodigioso Artur José Pereira, homem oriundo do povo e que dizia o que tinha a dizer sem grandes rodeios, merece ser melhor conhecida pelos belenenses e por todos os amantes do desporto-rei. Nome maior do futebol português dos primeiros anos, pacificamente reconhecido como tal pelos estudiosos, é também nesse sentido que a obra que temos em mãos não podia ser mais oportuna, acreditando eu que surge também como uma homenagem a todos aqueles que numa noite de Setembro, na Praça Afonso de Albuquerque, deitaram mãos à obra e fundaram o Clube de Futebol “Os Belenenses”.

Sonho de uma noite de Verão, um grupo de amigos, jogadores de Belém ao serviço de outros clubes, perguntavam-se: “Somos todos de Belém, porque havemos de jogar noutros clubes?”; assim nasceu o Belenenses, no dia 23 de Setembro de 1919, naquele humilde banco de jardim pela mão dos “Rapazes da Praia”: Artur José Pereira, Francisco Pereira, Henrique Costa, Carlos Sobral, Joaquim Dias, Júlio Teixeira Gomes, Manuel Veloso, Romualdo Bogalho e ainda Reis Gonçalves e Virgílio Paula.

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É hoje, 102 anos depois, a figura maior do Clube de Futebol “Os Belenenses” e é nas páginas que se seguem que todos nós, e também gerações vindouras, poderemos tomar contacto aprofundado com o Homem e a sua Obra.

Patrick Morais de Carvalho