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Amadeo de Souza-Cardoso, Porto-Lisboa, 2016-1916

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Sinopse

Quando Amadeo de Souza-Cardoso se fixou em Manhufe durante a Primeira Guerra Mundial, já tinha alcançado uma carreira promissora expondo em mostras coletivas nos salões parisienses, na Alemanha, nos Estados Unidos e em Londres. Mas esta longa estadia em Manhufe até à sua morte (causada pela gripe espanhola, em 1918) não interrompe o percurso artístico do pintor. Trata-se, aliás, de um período muito produtivo, diversificado e com trabalhos notáveis.

Em 1915, a estadia de Robert e Sonia Delaunay em Portugal criou expectativas de uma nova dinâmica de projetos, promovidos por uma corporação internacional de artistas - a Corporation Nouvelle, à qual se associaram, em Portugal, Amadeo, Eduardo Viana, José Pacheko e José de Almada Negreiros. Todavia, a Corporation Nouvelle não se concretizou em mostras ou publicações dos artistas portugueses. Foi então neste contexto, no rescaldo do projeto com o casal Delaunay, que Amadeo tomou a iniciativa de comissariar exposições individuais no Porto, de 1 a 12 de Novembro de 1916, no Jardim do Salão Passos Manuel, e em Lisboa, na sede da Liga Naval Portuguesa, de 4 a 18 de Dezembro de 1916. As primeiras (e únicas) exposições em Portugal foram também as primeiras (e únicas) exposições individuais que realizou na sua curta vida.

Enquanto a exposição no Jardim Passos Manuel atingiu, em 12 dias, um número impressionante de visitantes (30 000, relatava Amadeo ao crítico americano Walter Pach) e agitou a cidade (desencadeando, por vezes, reações agressivas e despertando a atenção da imprensa), a exposição na Liga Naval de Lisboa foi mais elitista e cativou, para além da imprensa, o entusiasmo do grupo de Orpheu, sobretudo o de Almada Negreiros, que reconheceu imediatamente o valor de Amadeo. “A Descoberta do Caminho Marítimo prá Índia é menos importante do que a Exposição de Amadeo de Souza-Cardoso na Liga Naval de Lisboa”, escrevia Almada no manifesto de apoio à exposição distribuído pelos cafés de Lisboa e inserido, posteriormente, no livro K4 O Quadrado Azul. Com este gesto, Almada inaugurava um discurso celebratório em torno de Amadeo.

Passado um século sobre estas exposições, o Museu Nacional Soares dos Reis e o Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado assinalam estas efemérides com uma exposição comissariada por Raquel Henriques da Silva e Marta Soares, que, em 2013, num período de preparação do centenário da revista Orpheu, lançaram o repto comemorativo à direção do Museu Nacional Soares dos Reis. Para além do tom festivo da homenagem (animada por programação cultural associada), a revisitação das exposições centenárias procurará gerar momentos de debate e lançar novas luzes sobre a receção da obra de Amadeo em 1916, articulando a pintura com os espaços expositivos - o Jardim Passos Manuel, que foi demolido e deu lugar ao Coliseu do Porto, e a Liga Naval de Lisboa, palácio Calhariz-Palmela, no Largo Calhariz, atualmente uma agência da Caixa Geral de Depósitos.

Em 1916, foram expostas 114 obras no Porto, 113 em Lisboa. A exposição comemorativa reúne aproximadamente 70% das obras identificadas a partir dos catálogos originais e estará patente no Museu Nacional Soares dos Reis, de 1 de novembro de 2016 a 1 de janeiro de 2017, e no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, de 12 de janeiro a 26 de fevereiro de 2017.

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