O que é uma política liberal? O que é viver como um liberal? Mais uma vez, a história parece ter-se encarregado de tornar críticas estas duas questões. Combinando virtudes só aparentemente contraditórias, Michael Walzer procura responder-lhes de um modo único. Por um lado, fazendo uma autobiografia dos seus compromissos políticos pessoais enquanto cidadão. Por outro, elevando-se acima do cidadão particular que é e argumentando impessoalmente em defesa de princípios liberais. Os argumentos e princípios liberais em que sustenta a sua resposta às duas questões ganham, assim, uma força que mereceria sair sempre vitoriosa de todos os confrontos históricos em que é posta à prova. O livro é também encantador. Há nele a ironia doce que o autor diz ser uma das disposições que distinguem os liberais. Se posições substantivas como o socialismo, o nacionalismo ou o comunitarismo, por exemplo, apenas se tornam razoáveis caso sejam qualificadas pelo adjectivo «liberal», não acabarão as qualificações liberais por formar a posição substantiva fundamental?