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A Despedida - Onde fica o cemitério das gaivotas?

Eduardo Palaio

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Sinopse

Pouca gente, numa vida inteira, teve ocasião de, enquanto jovem, ver chegar o fim, a morte: “já está!”. Ter estas duas palavras entre os dentes. E o ponto de exclamação. Igual ao frio que sente quem, com os pés pesados, está no centro do alçapão que vai deixar de ser tábua, substituído por abismo... a tropa do pelotão de fuzila- mento apoia os dedos nos gatilhos, as cabeças descaem os turban- tes para a altura dos canos das armas. Afinam a pontaria. Um sussurro de pés nas últimas filas. As costas do Manuel Matos contam os pingos de suor, frios, muito frios, um, dois, três, outro. Escorrem salgados por entre as nádegas, magras.

***

... o mastro erguido que navega nas ondas deixou de ser carne do freixo: os do bote do Mosca morrem todos afogados, o Malfeito naufraga e morre a companha toda, o bote do Pardal foi pelo mar abaixo e foi dar a Aveiro, o S. Pedro, do António Policarpo, afundou. Os pescadores de mar desapareceram. O que se levanta aos céus não é um freixo é uma chaminé de fábrica.

Uma geração vai uma geração vem, houve um tempo em que os velhos e os novos viviam no mesmo tempo: não é o caso presente. “... mais cinco mais dez anos morrem, ou pior, nem sabem que ainda cá estão” – isto é o que se diz dos protagonistas. São mais de vinte, a maioria dos homens esteve na guerra, o que por lá fizeram será contado; é gente cultivada, um sabe tudo de sinónimos, outro é assíduo leitor de Homero e Virgílio.

Suspeita-se de uma reencarnação.

Em certo sentido este livro é uma encomenda patética.

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Autor

Eduardo Palaio

Estreou-se na literatura em 1980 (Pinta-o às Bolinhas Azuis. Edit. Plátano). Em 2010, foi galardoado com o Prémio Nacional do Conto Manuel da Fonseca e, em 2011, recebeu o Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco da Associação Portuguesa de Escritores. Foram-lhe atribuídos ainda vários prémios respeitantes a conto e literatura juvenil. Eduardo Palaio é natural do Seixal. Além de praticar vários géneros literários, trabalha ainda como muralista, ilustrador, pintor e cartoonista (começou muito jovem no “O Mundo Ri” sob a direcção de José Vilhena). Últimas edições: A Peregrinacão de Artur Vilar (romance, Edit. Miosótis), Caixa Baixa (Edit. Colibri), Os Dez de Tânger (romance histórico – Edit. Clube do Autor), A Despedida – Onde Fica o Cemitério das Gaivotas (ficção – Edit. Colibri).

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